Exportações da ITV com nota positiva

Entre janeiro e outubro, as exportações da indústria têxtil e vestuário portuguesa atingiram quase o mesmo valor do ano completo de 2020, ficando apenas 163,2 milhões de euros aquém do registado no ano passado, quando faltam ainda contabilizar dois meses. As comparações com 2019 são igualmente positivas.

No total, as exportações de têxteis e vestuário somaram cerca de 4,48 mil milhões de euros nos primeiros 10 meses deste ano, quando nos 12 meses do ano passado se ficaram por 4,64 mil milhões de euros. Em termos homólogos, entre janeiro e outubro de 2021, as exportações subiram 15,2% face ao mesmo período do ano passado e 1,47% na comparação com janeiro a outubro de 2019 – crescimentos relativos que, no entanto, são inferiores aos 16,1% e 1,6%, respetivamente, registados entre janeiro e setembro.

Em termos mensais, em outubro, a indústria têxtil e vestuário nacional exportou cerca de 500,5 milhões de euros, representando um aumento de 10% face a outubro de 2020 e de 2,47% em comparação com o mesmo mês de 2019.

Analisando os números acumulados nos primeiros 10 meses deste ano, verifica-se que, em comparação com o período homólogo de 2020, o maior crescimento das exportações foi sentido, em termos absolutos, no vestuário e seus acessórios, de malha, que é também a categoria mais representativa para a indústria: mais 26,1%, equivalente a cerca de 400 milhões de euros, para 1,93 mil milhões de euros. Em segundo lugar, também em termos absolutos, surge a categoria fibras sintéticas ou artificiais descontínuas (+20,9%, equivalente a 37,6 milhões de euros), seguida da categoria algodão (+27,8%, que representa mais 34,7 milhões de euros) e tecidos impregnados, revestidos, recobertos ou estratificados (+15,3%, equivalente a 32,1 milhões de euros).

Já na comparação com 2019, de acordo com a ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, «os produtos que registaram maior crescimento nas exportações foram as roupas de cama, mesa, toucador ou cozinha, com um acréscimo de quase 95 milhões de euros (+23%), seguindo-se as camisolas, pulôveres, cardigans e artigos semelhantes de malha, com um acréscimo de 81 milhões de euros (+23%) e os fatos, casacos, calças e calções de malha de uso masculino, com um acréscimo de 32 milhões de euros (+46%)», refere um comunicado assinado pelo presidente, Mário Jorge Machado.

Em sentido inverso, «o vestuário exterior (fatos, conjuntos, casacos, calças, saias, vestidos, entre outros), em tecido, quer de uso feminino, quer de uso masculino, foram os artigos que registaram maiores quedas face a 2019, mostrando algumas dificuldades em recuperar as exportações para os níveis pré-pandemia. O vestuário em tecido exportou neste período -182 milhões de euros face a 2019 (-22%)», destaca.

EUA com maior crescimento

Em termos geográficos, e tendo em conta os 10 principais mercados das exportações portuguesas de têxteis e vestuário, os EUA registaram o maior crescimento relativo, com um incremento de 34,7% face ao ano passado e de 26,4% na comparação com o mesmo período de 2019.

O maior crescimento absoluto, no entanto, foi sentido nos envios para Espanha, que comprou a Portugal, nos primeiros 10 meses do ano, mais cerca de 126 milhões de euros do que entre janeiro e outubro de 2020, num total de quase 1,15 mil milhões de euros. Apesar de isso representar uma subida de 12,3%, as comparações com o período homólogo de 2019 continuam negativas, com uma queda de 16,3%.

A ATP salienta igualmente o mercado francês, «com um acréscimo de quase 83 milhões de euros (+15%)» e o italiano, que teve um «aumento de 39 milhões de euros, ou seja, +15%».

Mário Jorge Machado sublinha ainda que «com as importações de têxteis e vestuário a alcançar um valor 3.362 milhões de euros (-9,2% face a 2019), a balança comercial dos têxteis e vestuário, até outubro, regista um saldo de 1.114 milhões de euros, com uma taxa de cobertura de 133%».