Com base na análise desenvolvida pelo CENIT aos dados preliminares disponíveis no INE, o valor das exportações portuguesas de têxteis e de vestuário registou uma descida de 2,3% no conjunto dos primeiros quatro meses de 2023, relativamente a igual período de 2022, ficando cifrado em 2.031,58 milhões de euros.
Este resultado surge na sequência de uma diminuição de 2,3% nas exportações destinadas ao mercado Intra-UE27, que totalizaram 1.515,56 milhões de euros, e de 2,4% nas exportações destinadas ao mercado Extra-UE27, responsáveis por 516,02 milhões de euros.
Esta quebra nas exportações surge no seguimento da evolução homóloga mensal, tendo-se verificado, no conjunto das exportações de têxteis e de vestuário, uma descida de 17,1% no valor exportado no mês de abril em relação ao verificado em igual período de 2022.
Analisando em concreto as duas categorias de produtos de vestuário (com uma quota conjunta de 58% das exportações), verificou-se uma redução de 5,3% nas exportações de vestuário de malha (capítulo 61), para 809,89 milhões de euros, enquanto as exportações de vestuário exceto malha (capítulo 62) aumentaram 17,3%, para 377,04 milhões de euros. No caso do vestuário de malha, sentiu uma quebra de 5,2% no mercado Intra-UE27, enquanto o mercado Extra-UE27 diminuiu 5,9% nos primeiros quatro meses do ano, relativamente a igual período de 2022. Já as exportações de vestuário exceto malha aumentaram 12,7% para o mercado Intra-UE27 e 35,3% para o mercado Extra-UE27 em relação a 2022.
As exportações de outros têxteis confecionados (capítulo 63, que representa 11% das exportações), que incluem a grande proporção dos têxteis-lar, registaram uma descida homóloga de 17,2% no conjunto dos quatro primeiros meses de 2023 (ficando cifradas nos 228,44 milhões de euros), resultante de uma queda de 14,4% no mercado intracomunitário e de 22,1% no mercado extracomunitário. Isolando as quatro subcategorias de produtos associadas aos têxteis-lar (i.e., posições 6301 a 6304), verificou-se uma diminuição de 19,3% no valor das exportações.
Vestuário em malha lidera importações

Para além das três principais categorias de produtos, salienta-se pela positiva no conjunto do primeiro quadrimestre do ano, e entre as categorias com maior representatividade (quota na ordem de 3% do valor total das exportações), o desempenho dos tecidos impregnados e revestidos (capítulo 59), com uma subida de 12,2%, e dos tecidos de malha (capítulo 60), com um aumento de 6,1%. Pela negativa destacam-se os artigos de algodão (capítulo 52), com uma queda de 13,3%, as pastas, feltros, falsos tecidos e cordoaria (capítulo 56), com uma descida de 7,7%, e as fibras sintéticas ou artificiais descontínuas (capítulo 55), com uma diminuição de 6,0%.
Ao nível das importações, a representatividade nos primeiros quatro meses de 2023 foi composta, por ordem decrescente, pelos seguintes produtos: vestuário exceto malha (27,6% do valor total das importações), vestuário de malha (26,2%), artigos de algodão (11,4%), filamentos sintéticos ou artificiais (8,6%) e outros têxteis confecionados (5,4%).
No conjunto do primeiro quadrimestre observou-se uma descida homóloga de 2,8% no valor das importações portuguesas de produtos têxteis e vestuário, que ficaram cifradas em 1.660,92 milhões de euros. Este desempenho foi o resultado conjunto da subida de 9,6% registada nas importações de origem intracomunitária (para 1.181,35 milhões de euros) e da descida de 24,1% nas importações de origem extracomunitária (para 479,57 milhões de euros).
Considerando em particular o mês de abril, verificou-se uma diminuição de 3,1% no valor das importações, em comparação com igual período de 2022.