Ex-jogador de futebol em campo com fatos por medida

A Art’Sartorial, em Famalicão, é um projeto de Artur Santos que já atraiu os italianos da Trussardi.

Artur Santos começou a desenvolver o seu sentido de estilo quando era jogador de futebol. «Infelizmente fui atingido pela praga dos salários em atraso e estive nove meses seguidos sem receber. Ninguém consegue resistir a tal situação e optei por procurar trabalho em diversas áreas e agarrei a primeira que apareceu. No meio disso fui tirar um curso de consultoria de imagem», adiantou o fundador da Art’Sartorial, uma start up que está instalada na incubadora do Famalicão Made In, uma iniciativa promovida pela Câmara local.

O negócio, ainda em fase embrionária, tem como objetivo desenhar e produzir fatos, camisas e sapatos para um look personalizado de cada cliente. «Isto é uma paixão que ganhei nestes últimos anos, muito por força de ter sido convidado para o movimento Portuguese Dandys, para reinventar o vestuário mais clássico», explicou Artur Santos.

«Eu costumo dizer que não vendo um fato, vendo “o” fato. O cliente vai idealizá-lo do início ao fim com a minha ajuda, seja blazers, coletes, calças, sapatos, podemos vestir um homem dos pés à cabeça, selecionando as cores e os padrões», referiu o empresário. Para a produção, conta com uma equipa de artesãos com que trabalha tanto para o vestuário como para o calçado.

Entretanto, a Art’Sartorial está a trabalhar com a marca italiana Trussardi «para fazer uma espécie de parceria onde vamos criar dois produtos da marca. Temos aí outra iniciativa que eu tenho esperança que dê resultado. Fui abordado também por um português que vive em Londres e quer expandir o negócio e a marca» para a capital britânica, revelou, durante uma visita do presidente da Câmara de Famalicão, Paulo Cunha, à empresa. «O que está aqui a acontecer é mais uma oportunidade para que o sector têxtil no concelho de Famalicão continue a desenvolver-se, porque estamos a falar de um criador ou de um produtor, de alguém que tem muita imaginação e que se consegue prever, à procura de novos mercados e clientes e uma nova abordagem que é enriquecedora», afirmou o autarca.

A start up já vendeu entre 20 e 30 fatos e peças isoladas, como blazers, camisas e sapatos, sendo que um conjunto pode custar 680 euros. «Quem procura este segmento gosta de exclusividade. E não é só pelo facto de ter uma peça diferente. É também na forma do atendimento, sei que vou dedicar aquelas horas a uma pessoa», sublinhou. Quanto à possibilidade de alargar o negócio ao sector feminino, Artur Santos não exclui a ideia, mas só para a produção de fatos para senhora.