EURATEX revela estado da Indústria Têxtil e do Vestuário

Na sequência da Assembleia Geral da EURATEX – Associação Europeia da Indústria Têxtil e do Vestuário que decorreu no passado dia 31 de Maio em Bruxelas, foram revelados os principais dados estatísticos referentes à evolução do sector no ano 2000. De acordo com uma notícia avançada pelo Diário Económico, com base num artigo de Luísa Santos, directora do Departamento de Relações Internacionais da APT, os dados confirmam o decréscimo registado nos últimos anos do número de empresas e do número de trabalhadores e em contrapartida um acréscimo do volume de negócios e da produtividade. Assim, o número de empresas têxteis e de vestuário na União Europeia fixa-se em 113.848, o que representa um decréscimo de 2,7% face a 1999. A par desta redução houve ainda uma diminuição do número de trabalhadores, fixando-se em 2.187.400. O decréscimo registado foi de 3,2% relativamente a 1999. O volume de negócios, por seu lado, sofreu uma evolução positiva em 2000 face ao mesmo período do ano anterior de mais 4,6%, cerca de 198 mil milhões de euros, cerca de 39.695 milhões de contos. O volume de negócios por trabalhador registou um acréscimo de 8% face a 1999, atingindo o valor de 90.513 euros por trabalhador o que prova que a produtividade também evoluiu positivamente. As trocas comerciais no sector também sofreram um incremento significativo em 2000, por comparação com 1999. Desta forma, as exportações aumentaram 16,2% em 2000 cifrando-se em 38,2 mil milhões de euros. As importações sofreram um acréscimo superior de 16,9% atingindo o valor de 67,8 mil milhões de euros. Assim, a Balança Comercial da UE no Sector Têxtil e Vestuário aumentou o seu déficit para (-) 29,6 mil milhões de euros em 2000, um incremento de 17,9% relativamente ao ano anterior. O sector registou também um dinamismo significativo no capítulo do investimento que ascendeu a 6,9 mil milhões de euros, um aumento de 4,8% face a 1999. Recorde-se que o sector têxtil representa a maior fatia do volume de negócios da Indústria Têxtil e Vestuário Europeia com 97,7 mil milhões de euros, seguido da Confecção com 70,3 mil milhões de euros e da Malha com 30,0 mil milhões de euros. Os investimentos concentram-se maioritariamente no sector Têxtil e de Malhas com 5,78 mil milhões de euros e na Confecção o valor registado foi de 1,08 mil milhões de euros. No que toca ao número de trabalhadores que o sector emprega, a Confecção emprega cerca de 995.200 trabalhadores, o Têxtil 687.200 e a Malha 504.900. O peso da Confecção é também significativo no número de empresas da Indústria Têxtil e de Vestuário Europeia com 50.360 unidades, seguida do Têxtil com 30.034 e da Malha com 29.454 unidades. Relativamente às transacções comerciais, as importações são mais significativas em valor nos artigos de Malha e Confecção ascendendo a 48,3 mil milhões de euros em 2000, por contraposição aos 41,4 mil milhões de euros do ano anterior. As importações de Têxteis em 2000 ascenderam a 18,8 mil milhões de euros, quando em 1999 tinham-se ficado pelos 16,0 mil milhões de euros. Pelo lado das exportações a tendência inverte-se, já que o valor mais significativo corresponde aos Têxteis com 23,0 mil milhões de euros em 2000, por contraposição aos 19,7 mil milhões de euros registados em 1999. Ou seja, há uma tendência evolutiva positiva relativamente às exportações de Têxteis da União Europeia. Para os artigos de Confecção e Malha a evolução é igualmente positiva, uma vez que as exportações no ano 2000 registaram o valor de 15,0 mil milhões de euros, quando em 1999 esse valor se tinha quedado pelos 12,9 mil milhões de euros. Apesar desta evolução positiva das exportações quer de artigos têxteis, quer de artigos de vestuário, a Balança Comercial da UE apresenta-se deficitária. Este déficit fica a dever-se ao Vestuário, já que o diferencial entre exportações e importações foi de (-) 33,4 mil milhões de euros em 2000, registando um aumento face aos (-) 28,51 mil milhões de euros atingidos em 1999. A Balança Comercial no sector Têxtil é pelo seu lado superavitária com um saldo positivo de 4,21 mil milhões de euros em 2000. Um acréscimo face aos 3,78 mil milhões de euros registados em 1999.