O programa, batizado STEP2030, foi elaborado pela confederação europeia do têxtil e vestuário Euratex e tem como objetivo ajudar as empresas nos investimentos que terão de fazer no âmbito da transição sustentável e digital.
Para que as empresas se mantenham competitivas no mercado mundial, «os esforços da indústria têxtil relativos a tecnologias circulares inovadoras têm de ser apoiados por investimentos massivos», refere a Euratex no resumo do programa. «As estimativas de necessidades de investimento para atingir a circularidade no sector têxtil até 2030 e expandir a indústria de reciclagem têxtil variam entre 5 e 7 mil milhões de euros, um desafio que o sector, impulsionado sobretudo por PMEs, não pode ultrapassar sozinho», sublinha.
O STEP2030 prevê, por isso, um orçamento de mil milhões de euros, com uma contribuição de 50% da Comissão Europeia e os restantes pela indústria e estados-membros, para apoiar parcerias público-privadas que tenham como foco garantir matérias-primas sustentáveis e diversificadas, aumentar a capacidade de reciclagem têxtil, melhorar a estética e funcionalidade dos têxteis, apoiar o design enquanto ferramenta de inovação sustentável, permitir a transformação digital do ecossistema têxtil e estimular o desenvolvimento de competências para responder às necessidades de avanços tecnológicos e novas abordagens digitais e inteligentes.
O programa está em discussão e a concorrer com outras 11 propostas, mas a Comissão Europeia tem atualmente dúvidas relativamente ao interesse no mesmo e à disponibilidade das entidades da indústria têxtil e vestuário para participar com metade do financiamento necessário para o desenvolvimento das diferentes iniciativas. «Para dar resposta a esta preocupação da Comissão Europeia, a Euratex está a pedir cartas de apoio a este programa a diversas entidades (empresas, centros de investigação e outros)», justifica Ana Paula Dinis, diretora-executiva da ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, que é associada da Euratex.
O apoio ao programa pode ser manifestado através do preenchimento de um formulário online, onde as empresas terão de confirmar o seu interesse. «O preenchimento desta carta de apoio não compromete ninguém em termos financeiros», ressalva Ana Paula Dinis.
Até ao momento, a proposta conta com o suporte de empresas como a Albini, Falke, Hugo Boss, Lenzing, Karl Mayer e Chargeurs, assim como de diversas PMEs, start-ups, como a Smartex, e centros tecnológicos e de investigação, incluindo o CeNTI e o CITEVE.