O aumento do custo da mão-de-obra nos Estados Unidos e na Europa está a levar a principais confecções de roupas desses países a optar pelo outsourcing. Alguns especialistas do sector afirmam que esta tendência é uma oportunidade para que as empresas brasileiras possam diversificar os seus negócios e oferecer produtos com mais valia. Segundo Ney Fonseca, director de Serviços de Vestuário da Santista Têxtil, a confecção de vestuário exige muita mão-de-obra, e por isso os produtores americanos e europeus estão a transferir a produção para empresas situadas em locais onde a força de trabalho é mais barata. Fabricante e exportadora de tecidos para jeans e roupas de vestuário, a Santista foi uma das primeiras empresas a perceber esta tendência, tendo desde há três anos estabelecido parcerias com confecções brasileiras para produzir peças de roupa acabadas para assim, conseguir responder às exigências dos seus clientes estrangeiros. A Santista fornece ainda assistência técnica. Este sistema chamado full service, responsabiliza a empresa por todo o processo industrial observando o prazo de entrega e a qualidade do produto. O full service representa já cerca de 8% da facturação bruta da empresa. «Queremos atingir 15% da facturação até 2003», afirmou Ney Fonseca. Para além do Brasil também o México, a Turquia, a Colômbia e alguns países da África e Ásia, têm ganho espaço no mercado da confecção. Outra empresa que também tem aproveitado esta situação é a Coteminas, produtora de produtos de cama, mesa e banho. A empresa tornou-se recentemente parceira da Springs ao realizar um acordo com esta última, para fabricar produtos com a marca e padronagem da empresa norte-americana. A Springs vai ficar responsável pela distribuição e venda dos produtos nos Estados Unidos.