Estatística marca assimetrias entre o Norte de Portugal e a Galiza

Os preços da maior parte dos produtos subiram mais no Norte de Portugal do que na vizinha Galiza, em 2003. Segundo o Anuário Estatístico das duas regiões, os preços aumentaram, em média e face a 2002, 3,2% no Norte contra 2,3% na Galiza, onde apenas os produtos alimentares e bebidas não alcoólicas registaram maiores subidas. De acordo com o divulgado pelo Jornal de Notícias,o documento revela ainda que o Norte continua a perder terreno nas trocas comerciais com a Galiza, apesar de ter mais do dobro das empresas. Entre os galegos há mais desemprego, mas o Produto Interno Bruto (PIB) per capita é superior ao do Norte do país.

Em termos médios, os preços subiram menos nas regiões do que nos respectivos países. A educação, o ensino, os transportes, a habitação, a electricidade, a água, o gás, os combustíveis e a hotelaria foram os sectores onde o Norte conheceu maiores aumentos, em muitos casos superiores à média nacional.

Já no sector laboral, o Norte liderou pela positiva, com uma taxa de desemprego de 6,9% (correspondente a 130,8 mil pessoas), face a 12,6% na Galiza (159,8 mil pessoas). No total, a população empregada no Norte ascendeu a 1,7 milhões de pessoas, enquanto na Galiza foi de 1,1 milhões, o que se explica com o facto de haver mais do dobro das empresas na região portuguesa (342 mil) do que na espanhola (171 mil). Em ambas as regiões, os serviços continuam a liderar o emprego.

Nas trocas comerciais, a Galiza ganhou terreno. Os dados do anuário, que neste caso são relativos a 2002, mostram que, apesar do aumento das expedições do Norte para a Galiza (em 12,6% face a 2001), o saldo continuou a ser favorável aos espanhóis em 54 milhões de euros. Os têxteis e as confecções absorveram mais de dois quintos das “exportações” nortenhas, com os produtos agrícolas a representarem 15% das vendas. Da Galiza para o Norte vieram sobretudo produtos agrícolas e de pecuária (um terço do total), seguindo-se os têxteis (um quinto) e os minerais (10%).

Contas feitas, o Norte vendeu à Galiza produtos no valor 631,2 milhões de euros em 2002, tendo pago 684,7 milhões pelos que “importou”.

O PIB per capita dos galegos também se manteve mais elevado. Em 2001, ascendeu a 13,5 mil euros, contra 9,6 mil euros no Norte. Ambas as regiões, contudo, estão abaixo das médias nacionais neste indicador (16,1 mil euros em Espanha e 11,9 mil euros em Portugal).