Escândalo na ITV jordana

O caso já originou uma campanha internacional lançada pela Change.org, que apela às marcas americanas e retalhistas aprovisionadas pela fábrica de vestuário Classic Fashion, incluindo a Hanes, Target, Macy’s e Sears, para tomarem medidas de forma a proteger as trabalhadoras e monitorizarem as condições de trabalho da fábrica, ao mesmo tempo que estão a incitar os consumidores a não comprar roupa dessas marcas que tenha sido fabricada na Jordânia. Outras das reivindicações dos activistas é que o governo americano assuma a liderança da investigação, uma vez que a Jordânia está autorizada a exportar vestuário para os EUA com isenção de impostos ao abrigo do acordo de comércio livre entre os Estados Unidos e a Jordânia. No espaço de dois anos, cinco mulheres denunciaram ter sido violadas por um gerente da fábrica Classic Fashion, para além de várias denúncias de abuso dos direitos humanos, violações laborais e abuso sexual. O Institute for Global and Human Rights revelou que a Hanes, Target, Macy’s e Sears recusaram-se a tomar medidas até que o governo da Jordânia divulgue os resultados da investigação. Mas os activistas vêem a investigação do governo como um branqueamento de factos. «A investigação do governo da Jordânia sobre o caso da fábrica Classic Fashion está a ser severamente prejudicada por falta de competência, recursos e investigadores especializados e também por uma campanha deliberada da administração da empresa para manter as suas trabalhadoras num estado de terror e repressão», afirmou Charles Kernaghan, director do grupo activista. «Os investigadores não conseguiram obter a documentação básica relacionada com as acusações de violação, recusaram-se a permitir que as vítimas fossem entrevistadas por advogadas e têm mantido os grupos independentes de direitos humanos fora da investigação. Esta não é uma investigação séria, mas um branqueamento de factos», denunciou Kernaghan. Cerca de 150 mil pessoas já se juntaram à campanha popular no site Change.org apelando à Hanes e outros retalhistas de moda para levarem a sério as alegadas violações nesta fábrica da Jordânia.