Com o sector a ser uma das grandes apostas da empresa de origem nipónica, as novidades da Epson para estamparia de têxteis e vestuário continuam a chegar ao mercado.
Na capital portuguesa, mas a pensar em toda a Península Ibérica, de 15 a 17 de março, a Epson deu a conhecer em primeira-mão o modelo SureColor F2100, que permite fazer a estamparia digital direta na peça de vestuário com melhor qualidade em temos de cor, maior rapidez de arranque e a um custo mais baixo que o seu antecessor SureColor F2000.
Já a SureColor F9300, outra novidade para a ITV, pensada para grandes volumes de peças de vestuário, têxteis e outros materiais de grande formato, tem uma capacidade de estampar por sublimação melhorada, com uma reprodução mais precisa dos desenhos graças à tecnologia Precision Dot. «É um equipamento que, em termos de características face à versão anterior, consegue a mesma qualidade com uma passagem a menos», explicou, ao Jornal Têxtil, Pedro Dias, especialista em soluções de estampar de grande formato da Epson em Portugal. «O primeiro modelo foi lançado há, mais ou menos, quatro anos e vendemos cerca de 60 equipamentos para Portugal. Há um ano saiu a SureColor SC-F9200 e temos cerca de 20 instaladas no país», revelou.
Segundo os dados fornecidos pela empresa, a Epson é líder em estamparia por sublimação de tinta em Portugal, com uma quota de 61% em 2017. As expectativas, contudo, continuam a ser de crescimento, com a tecnologia digital como força motora. «Com o mercado da estamparia têxtil digital a crescer cada vez mais, esperando-se que evolua de 1,7% do total do mercado de estamparia têxtil, em 2017, para 5,8% em 2025, a Epson está a trabalhar no desenvolvimento de novas tecnologias com o objetivo de corresponder às necessidades vigentes», reconheceu Magí Besolí, business manager commercial & industrial printing da Epson Ibéria. «A exigência do mercado vai levar a que o digital cresça, porque é o que cumpre com as necessidades do mercado em termos de rapidez, flexibilidade de produção. Todos estes são motivos pelos quais a Epson está a apostar muito nas ferramentas da tecnologia digital para estamparia têxtil», apontou.
Um trunfo chamado Richard Quinn
No evento “Richard Quinn: From concept to catwalk and beyond”, organizado a 20 de março pela gigante tecnológica em Londres, Heather Kendle, gestora de desenvolvimento do mercado da Epson Europe, referiu um estudo da Smithers Pira que aponta que, daqui a três anos, a produção de vestuário com estamparia digital será equivalente a 376,4 milhões de metros quadrados, enquanto a de artigos para o lar atingirá 24,4 milhões de metros quadrados.

A evolução do mercado será igualmente impulsionada pela pressão dos consumidores. «Há um desejo por parte dos consumidores de usar algo diferente e isso encaixa-se nos benefícios da estamparia digital», assegurou a gestora de desenvolvimento do mercado da Epson Europe durante a sua apresentação, a que o Jornal Têxtil assistiu.
A tecnologia tem ainda instigado o desenvolvimento criativo, incluindo no mundo artístico, como aconteceu com a recente exposição de fotografia e têxteis patente no Museu de Antropologia de Madrid, onde imagens captadas pelo fotógrafo Kim Manresa foram estampadas sobre telas de algodão. Já na moda, designers como John Herrera e Kansai Yamamoto têm usado máquinas Epson para trazer as suas criações para o mundo real, embora o exemplo mais paradigmático seja o de Richard Quinn, premiado em fevereiro último com o primeiro Queen Elizabeth II Award for British Design atribuído pela Rainha Isabel II.

«A Epson trabalha com Quinn desde o início de 2017 e é somente através de colaborações com pessoas como ele que podemos desenvolver a tecnologia e garantir que ela se encaixa no mercado. Vimo-lo crescer nos últimos 15 meses e sentimo-nos como pais orgulhosos», adiantou Heather Kendle.
No seu estúdio em Londres – equipado com a Epson SureColor F9200 e a Epson SureColor S80600 para papel, vinil e película –, Richard Quinn não só trabalha a sua marca própria como também presta serviços para outros designers e marcas.
«Além da produção da coleção, estamos em contacto com jovens designers, mas também com grandes casas. É muito bom poder trabalhar para outros negócios que não apenas o nosso», afirmou o designer.
Embora recente, o estúdio de Richard Quinn tem prosperado e está em crescimento. «Agora vamos dividir fisicamente o negócio: um lado para fazer as coleções e outro para os serviços de estamparia digital. Será uma equipa maior, um estúdio maior», desvendou Richard Quinn.
Os projetos estão igualmente em expansão, num negócio que o designer pretende que continue a unir a tecnologia e a criatividade.