Elizab’Hats dá a volta à cabeça

Contradizendo Vasco Santana, chapéus assim, há poucos. Elizab’Hats é um trocadilho que une o nome da designer, Elizabete Palma, ao produto, em inglês (hats) – mas os estrangeirismos terminam por aqui. A marca é 100% portuguesa e tem preocupações ecológicas e sociais. O projeto da empreendedora apaixonada pelo artesanato e pelo têxtil comprometeu-se com a reutilização de gravatas em 2015, mas todos os dias se deixa enamorar por cabeças com estilo.

A marca de chapéus nasceu como uma alternativa «inovadora na indústria da moda sustentável e de empreendedorismo social, para isso criámos um produto novo, com uma estética sensacional, que produz uma reação emocional, minimiza o impacto ambiental negativo e aumenta o impacto social positivo», revela Elizabete Palma, a fundadora e designer da Elizab’Hats, ao Portugal Têxtil.

As preocupações ambientais materializam-se na recuperação de gravatas, que permite «recuperar lindíssimas sedas, riquíssimos padrões gráficos e aplicá-los num acessório diferenciador e exclusivo» e as questões sociais são abordadas nas próprias peças «artesanalmente construídas numa empresa familiar de chapeleiros no norte do país e em costureiras oriundas de projetos sociais». Já o núcleo da equipa da Elizab’Hats, com Elizabete Palma ao leme, tem «a gestão, design e comunicação» como grandes responsabilidades.

Mas, porquê os chapéus? «Os chapéus são um acessório muito nobre, é uma cultura de técnicas artesanais, de mestres e de história. É um nicho de mercado que valoriza peças com qualidade, com storytelling e com originalidade», responde Elizabete Palma espelhando a sua ligação sentimental à velha arte da chapelaria, que tem cativado gerações de consumidores mais jovens. «Os chapéus estão definitivamente na moda», afirma a fundadora da Elizab’Hats.

No passado dia 9 de junho, a marca apresentou a nova coleção cápsula, «irreverente e divertida», desenvolvida em parceria com a designer Sofia Alves, «que uniu a sua sensibilidade estética com a nossa». As propostas fruto desta união já estão à cabeça das redes sociais da marca.

A par da oferta online, os chapéus da Elizab’Hats estão também disponíveis em espaço físico, em Lisboa, numa parceria firmada com a marca UOY (Uncover the Original You). «Especializados no universo de alfaiataria, estes parceiros trabalham com tecidos da melhor qualidade e nós criamos um produto direcionado para o seu cliente», esclarece Elizabete Palma, que faz intenção de preencher mais prateleiras a curto prazo.

Com arranque em 2015, o corrente ano é de «aprendizagem» e a Elizab’Hats ainda está «a desenvolver a estratégia de internacionalização». Contudo, «pelos estudos de mercado que temos feito em Lisboa, os clientes estrangeiros compram sem dificuldades o nosso produto e valorizam imenso o facto de o seu chapéu ser único no mundo», destaca Elizabete Palma, que tem enamorado o mercado europeu.

Com chapéus para todos os gostos e estilos – e ideais para a temporada de festivais de verão –, o leque de preços das propostas Elizab’Hats vão dos 149 aos 249 euros. «Com exceção do tailoring, um serviço que estamos a desenvolver atualmente e com exceção de uma nova linha sustentável mais escalável que também surgirá em breve», acrescenta a fundadora da marca.

Uma das 24 marcas nacionais destacadas na pop up store Wonder Room da edição Kiss da ModaLisboa, em março último, a Elizab’Hats tem uma relação próxima com o design de moda nacional, tendo já participado num teaser com o criador Nuno Gama.

«Está na altura de pegarmos no nosso capital cultural e especializarmo-nos em mercados premium. As equipas pequenas são mais fáceis de gerir, as relações são de confiança, duradouras e o produto slow fashion reflete o espírito, cuidado e a atenção dada a cada peça», sublinha Elizabete Palma sobre a estratégia da marca, que segue um movimento contracorrente em relação à fast fashion.