EFA avalia sustentabilidade da moda europeia

A European Fashion Alliance, que recentemente publicou uma posição sobre a nova legislação europeia no âmbito da estratégia europeia para o têxtil, está a fazer um estudo sobre a sustentabilidade da indústria de moda na Europa. O inquérito pode ser preenchido online e os resultados serão divulgados até ao final do ano.

[©Unsplash-Keagan Henman]

O inquérito, disponível no website da European Fashion Alliance (EFA), irá servir de base a um relatório que será apresentado na próxima conferência da EFA, no próximo outono, e direciona-se a empresas produtoras de moda, marcas, designers e retalhistas.

«Iremos recolher o estado atual dos conhecimentos sobre as futuras propostas legislativas e diretivas europeias, bem como sobre o estatuto de sustentabilidade das marcas. Não só os factos e números, mas também as experiências da indústria da moda são de grande importância para nós, já que permitirão à EFA propor medidas de ação concretas e mensuráveis», afirmou Scott Lipinski, presidente da EFA e CEO do Fashion Council Germany, durante o anúncio feito durante a primeira mesa redonda da associação em Bruxelas, no passado dia 7 de junho.

Thierry Breton [©EFA]
O evento contou, na abertura, com a intervenção de Thierry Breton, Comissário Europeu para o Mercado Interno. «Estamos aqui para vos ajudar neste momento de viragem do vosso sector. Se há uma indústria fortemente envolvida nas cadeias de aprovisionamento, é a da moda. Queremos que todos os têxteis colocados no mercado europeu tenham uma vida longa, sejam recicláveis e respeitadores e temos várias iniciativas da UE a caminho», indicou, citando a legislação de ecodesign, o passaporte digital do produto e a revisão da diretiva-quadro de resíduos. «A ambição desta estratégia têxtil, juntamente com estas iniciativas, só dará frutos se conseguirmos traduzi-la, com todo o ecossistema, em compromissos e medidas acionáveis», acrescentou.

A EFA, refere em comunicado, «reconhece e apoia os regulamentos relativos ao ecodesign de produtos sustentáveis e apela à tomada em consideração das especificidades únicas dos produtos de moda orientados para a criatividade na aplicação de requisitos de conceção ecológica viáveis, mas ambiciosos».

Pascal Morand, administrador da European Fashion Alliance e presidente-executivo da Fédération de la Haute Couture et de la Mode, sublinhou que «a EFA apoia a proibição da destruição de produtos não vendidos, mas tal exige uma definição mais clara de que estes produtos estão aptos para consumo e venda. As contrafações, as amostras e os protótipos devem ser considerados impróprios. Além disso, a reciclagem, o upcycling e qualquer forma de reutilização não devem ser considerados como destruição».

Quanto ao passaporte digital do produto, a EFA apoia o conceito de fornecer informação relevante e fidedigna aos consumidores e a digitalização desses dados, mas opõe-se a «qualquer medida que implique encargos administrativos e tecnológicos desproporcionais para as empresas e, em especial, para as PME, e que não tenha em conta, em particular, os desafios relacionados com a longa e multidimensional cadeia de aprovisionamento têxtil».

Fundada no ano passado, a EFA integra 25 organizações europeias, entre as quais a ModaLisboa, e assume como objetivo capacitar um ecossistema de moda próspero, sustentável e inclusivo na Europa.