Eastman confirma biodegradabilidade da Naia

A empresa recebeu mais uma prova científica de que a sua fibra celulósica Naia se desintegra e biodegrada no mar em alguns meses. Uma confirmação que surgiu uns meses antes da Eastman se tornar signatária do Microfibre 2030 Commitment, uma iniciativa global para minimizar o impacto das microfibras no ambiente.

[©Naia]

A Eastman, produtora de fibra celulósica Naia, com credenciais sustentáveis, recebeu mais evidências científicas de que o material à base de diacetato de celulose necessita de apenas alguns meses para se degradar no oceano.

Investigadores da Woods Hole Oceanographic Institution, uma organização sem fins lucrativos dedicada à pesquisa, exploração e educação para o oceano, lideraram o estudo, que foi publicado em dezembro e concluiu que «os materiais à base de diacetato de celulose se desintegram e se biodegradam no oceano muito mais rápido (em meses) do que o relatado anteriormente (décadas)».

O diacetato de celulose é derivado maioritariamente de polpa de madeira, o que faz com que tenham uma base biológica, salienta a Eastman em comunicado. A sua fibra celulósica é proveniente de florestas de pinheiros e eucaliptos geridas de forma sustentável e é produzida através de um processo seguro de ciclo fechado no qual os solventes são reciclados para reutilização.

«Estes materiais estão a decompor-se no espaço de meses. Isso desafia a perceção de que permaneciam durante décadas», afirma Collin Ward, investigador assistente no Departamento de Química e Geoquímica Marinha da Woods Hole Oceanographic Institution e coautor do estudo.

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O estudo mostra a desintegração comparativa de tecidos construídos de forma semelhante sob condições idênticas na água do mar. O tecido 100% Naia desintegrou-se completamente em 13 semanas, em comparação com um tecido de algodão que se desfez em 11 semanas e ao tecido de poliéster, que não apresentou sinais visuais de desintegração ao longo das 25 semanas de incubação num ambiente de água do mar.

Reforços sustentáveis

Segundo Ruth Farrell, nomeada recentemente diretora-geral do negócio têxtil da Eastman, a empresa tem uma visão e estratégia «para lidar com as mudanças climáticas, a circularidade e construir um mundo mais inclusivo e equitativo. Estamos satisfeitos por os resultados do estudo da Woods Hole Oceanographic Institution confirmarem que as fibras celulósicas Naia não persistirão nos nossos oceanos».

A Eastman tem trabalhado em estreita colaboração com organizações globais focadas na sustentabilidade, como a Textile Exchange, a Canopy, o The Microfibre Consortium, a Accelerating Circularity, a Zero Discharge of Hazardous Chemicals e a Ellen MacArthur Foundation.

Atualmente, a fibra Naia está em processo de obtenção da certificação marinha biodegradável TÜV OK da TÜV Austria. A Naia já é certificada pela TÜV Austria como biodegradável em ambientes de água doce e no solo, bem como em termos da possibilidade de compostagem em ambientes industriais. A fibra descontínua Naia é ainda compostável em ambientes domésticos.

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O estudo surgiu uns meses antes da Eastman ter subscrito o Microfibre 2030 Commitment, uma iniciativa mundial estabelecida pelo The Microfibre Consortium, para minimizar o impacto das microfibras no ambiente natural. O compromisso, que pretende envolver o trabalho conjunto de mais de 250 signatários, entre os quais se encontra o CITEVE, estabelece uma agenda alinhada para o sector têxtil com o objetivo de reduzir o impacto da fragmentação de fibras têxteis para o ambiente até 2030.

A empresa anunciou ainda recentemente que vai investir até mil milhões de dólares numa unidade de reciclagem molecular de plástico em França, que vai permitir criar material com uma qualidade semelhante aos materiais virgens.