A Cordeiro, Campos & Ca recebeu o prémio dedicado à sustentabilidade, uma área onde a empresa de confeção tem vindo a apostar nos últimos anos. «Em 2017 começámos, juntamente com o CITEVE, com o processo de certificação STeP, que engloba cinco grandes patamares: gestão ambiental, desempenho ambiental responsabilidade social, qualidade e gestão química. Numa primeira fase conseguimos a certificação de nível 3, que é o nível mais avançado, mas com um score de 73%. Entretanto, ao longo dos anos, com a renovação dos certificados, conseguimos melhorar bastante o score na parte ambiental e conseguimos incluir ainda a nossa segunda unidade produtiva», justifica Laurinda Campos, diretora de qualidade e ambiente na empresa.

Na categoria Indústria 4.0, a vencedora foi a Impetus, que tem implementado este conceito na sua atividade empresarial, que abrange diversas estruturas, da produção de malha aos acabamentos e confeção.


Tércio Pinto, administrador da empresa, apelou a que «os agentes da cadeia de valor encetem este movimento da digitalização, porque sozinhos é mais difícil. Temos que estar complementares para ter um serviço melhor», afirmou no seu discurso de aceitação do prémio.

Já a Buzina foi galardoada com o prémio de e-commerce. A marca criada por Vera Fernandes tem cerca de 95% das vendas online, através do site e das redes sociais. «É uma marca que cresceu imenso online», reconhece a fundadora e designer da Buzina.

A Valérius, por sua vez, ganhou na categoria de maior investimento, um prémio justo, considera a CEO Patrícia Ferreira. «Em 2020 fizemos o maior investimento da Valérius, de 25 milhões de euros, no projeto Valérius 360, que veio permitir a Portugal ter um único centro de reciclagem conjunto, que não existia», afirma ao Portugal Têxtil. Um investimento que possibilitou ainda, como sublinhou na aceitação do galardão, que «a Valérius deixasse de ser uma empresa vertical para passar a ser uma empresa circular».
O prémio maior crescimento do volume de negócios foi atribuído à Fapomed, que no ano passado, segundo Rolf Kullman, administrador da empresa, viu a sua faturação aumentar cerca de 25%, graças a um alinhamento de vários fatores. «Tivemos a matéria-prima, estávamos no lugar certo, o Estado português não tinha recursos para comprar batas, porque a Ásia fechou completamente, e foi à Fapomed – foi a primeira vez que vendemos ao Estado português», aponta ao Portugal Têxtil.

A Barata Garcia foi reconhecida pelo aumento das exportações. «Este prémio traz uma responsabilidade acrescida, para conseguirmos manter a competitividade e agressividade da nossa empresa», admitiu João Barata Garcia, administrador da empresa de confeção, que dedicou o galardão à equipa. «É com muito orgulho que estou aqui hoje, não graças a mim, mas graças a uma equipa – trabalhamos com pessoas para pessoas», salientou.
Para Luís Hall Figueiredo, presidente do CENIT, «é importante realizarmos um evento como este para destacarmos as melhores práticas empresariais nacionais em áreas tão distintas como a sustentabilidade, a indústria 4.0 e o e-commerce. Portugal tem uma indústria inovadora de excelência que merece ser distinguida publicamente numa cerimónia como esta».
A organização, uma parceria entre o CENIT e a ANIVEC, atribuiu ainda um Prémio Especial ModaPortugal 2021 ao projeto que permitiu a criação – a cargo do designer Filipe Augusto com curadoria de Miguel Flor – e a concretização dos fardamentos para o Pavilhão de Portugal da Expo Dubai, que juntou 11 empresas. Um prémio para destacar as empresas que «responderam em pouquíssimas semanas» ao desafio lançado e para «sublinhar a importância das parcerias. Estamos a viver tempos novos, de grandes desafios, de mudança de paradigma do modelo de negócios do nosso sector (…) e as parcerias e a cooperação são essenciais», garantiu Manuel Lopes Teixeira, diretor da Estratégia ModaPortugal.