Um estudo realizado pela Accenture, consultora de gestão e tecnologias de informação, revelou que as empresas europeias continuam a investir no e-commerce apesar da ameaça de recessão económica. Dos quadros superiores entrevistados, cerca de 60% declararam aumentar os investimentos em e-commerce nos próximos 12 meses numa média de 15%, enquanto que 50% esperam desenvolver grandes oportunidades no m-commerce (e-commerce suportado por comunicações móveis), durante os próximos três anos. No entanto, e segundo o estudo The Unexpected eEurope, as razões para este tipo de atitude mudou significativamente no decorrer do último ano. Com um novo ambiente competitivo e rigoroso, as empresas procuram agora a eficiência que o e-commerce pode fornecer, investindo em todas as áreas do seu negócio, desde o back office e supply chain, até às áreas das vendas e do marketing. Através da inovação e do incremento da personalização dos serviços prestados, as empresas passam agora a preocupar-se mais com o aprofundamento da relação com os actuais clientes, deixando de dar tanta atenção à aquisição de novos clientes. Foram entrevistados para este estudo durante o Verão de 2001, mais de 800 executivos, em 25 países da Europa, Ásia e Estados Unidos. Nesta altura, já a economia se encontrava em desaceleração. O estudo referido descreve um ambiente que mudou dramaticamente desde o ano passado. Nessa altura cerca de 74% dos executivos afirmaram que a sua principal motivação para investir no e-commerce era manterem-se a par dos seus concorrentes; actualmente essa motivação é apenas referida por 54% dos executivos, pois a maior parte das empresas preocupam-se agora é consolidar as oportunidades existentes. Com um aumento de 34% para 51% neste ano, há cada vez mais executivos a considerar que as suas iniciativas de e-commerce são bem sucedidas, um êxito que tem vindo a ser alcançado pelas grandes empresas. O estudo refere ainda que cerca de metade dos executivos entrevistados pensa que devido ao e-commerce o nível de concentração na sua indústria está a aumentar e dois terços referem que o e-commerce potencia as vantagens de uma empresa ser grande. Um novo ponto de interesse no espírito de iniciativa e na flexibilidade está a dar um novo vigor às grandes organizações. Cerca de 83% dos executivos esperam que as novas tecnologias lhes tragam mais oportunidades de que o e-commerce tradicional, que é baseado essencialmente em computadores. Segundo o estudo, o atraso que existe na Europa em relação aos Estados Unidos, no que diz respeito ao e-commerce, diminuiu já para 12 meses. No entanto, os europeus continuam a mostrar pouca confiança na capacidade da Europa em alcançar a liderança no que se refere à utilização das novas formas de e-commerce. Apesar de actualmente os europeus se concentrarem na consolidação e competitividade, planeiam desenvolver futuramente novas formas de e-commerce. Num prazo de três anos, 49% tencionam utilizar o m-commerce, 24% o comércio suportado por voz e 25% o comércio suportado pela televisão interactiva/digital.