A diversificação de mercados está na génese da Dr. Kid, que atualmente representa 40% da faturação da Inarbel. «Não queremos crescer só num mercado. Exportamos para 24 países e, por isso, queremos crescer com todos os países que temos», afirma José Armindo Ferraz, CEO da Inarbel.
Para o empresário, a Europa, pela proximidade, continua a ser «muito mais apetecível. Porém, não quero descurar que temos outros países onde temos crescido bastante, como os EUA, América Latina, Rússia e Emirados Árabes Unidos».
Se na Dr. Kid as vendas internacionais atingem os 80%, a exportação da Inarbel representa cerca de 95% do volume de negócios. «Por ano vamos escolhendo um ou dois países que achemos que sejam mais interessantes. Neste momento estamos a apostar na Arábia Saudita e nos países da América Latina. Queremos crescer em mercados em que taxa de natalidade seja grande, onde haja capacidade de investimento e de comprar roupa Dr. Kid, porque tem uma relação preço qualidade muito boa», revela. Os clientes da insígnia nacional «estão sempre com altas expectativas e à espera de novos desenvolvimentos. Nesse sentido, a coleção primavera/verão 2020 é muito colorida, muito frescas. Temos roupa sempre moderna, jovem e atraente», garante.
Primeiros passos digitais
Atualmente com presença em cerca 3.000 lojas multimarca espalhadas por todo o mundo, a aposta no comércio eletrónico «para já, está no segredo dos deuses. Temos uma loja de teste online, em outlet. Quem compra online não é a mesma pessoa que vai à loja. São pessoas diferentes. Estamos a estudar essa possibilidade», explica.
José Armindo Ferraz refere ainda que, para crescer, a empresa, que conta com 240 trabalhadores, tem que «trabalhar o dobro. A nossa grande força é trabalhar. A nossa ambição é que nos faz crescer. Temos que trabalhar muito, de manhã, de tarde e de noite para podermos manter os nossos objetivos. A nossa qualidade, do “made in Portugal”, é um dado adquirido. No entanto, os custos em Portugal estão a subir, como a energia e os impostos. A Turquia é um país que trabalha muito bem, com uma indústria muito forte e é muito mais barata que nós. Espero que os grandes grupos não virem as antenas para esses mercados, porque aí então deixamos de ser competitivos. Por isso é que digo que temos de trabalhar o dobro para conseguirmos convencer os nossos clientes a continuar a comprarem em Portugal».
Apesar disso, o CEO da Inarbel assegura que, em 2018, a empresa manteve o seu volume de negócios, a rondar os 9 milhões de euros. «Foi um ano bom. Estamos numa boa fase. Estamos a restruturar-nos para crescer mais», assegura. Os primeiros cinco meses do ano foram de «ligeiro crescimento, de 1 ou 2%», adianta José Armindo Ferraz.