Dos boxers ao vestuário infantil

A empresa que desenvolve a marca Throttleman Boxer Shorts, a Brasopi, decidiu apostar agora na roupa infantil, criando a Throttleman Kids. Desde elefantes, baleias, patos, porcos, ovelhas até flores e nuvens, tudo serviu para decorar e inovar a roupa interior masculina e potenciar o crescimento da Boxer Shorts, que vende actualmente cerca de cem mil “boxers” por ano. Totalmente portuguesa, a marca foi-se desenvolvendo e no início do século XXI transformou-se em Throttleman Boxer Shorts, passando a produzir uma linha completa de vestuário masculino. Mas este projecto é muito ambicioso. A linha Throttleman Kids foi lançada nesta estação e, segundo informações de Eduardo Barros (administrador da Brasopi e accionista do grupo Hozar, ao qual pertence a empresa) ao Diário Económico (DE), este foi «um passo natural que a marca tinha de dar. A vertente de criança era a mais atractiva, devido à componente “funny” que as nossas colecções têm e que atrai os nossos consumidores mais novos”. A partir da ideia do “tal pai, tal filho”, Eduardo Barros salientou que tentou criar linhas que apresentassem um «conceito do filho vestido igual ao pai». Neste sentido, desenvolveram uma colecção que, para já, se limita a um «número de referências de algumas das nossas famílias de produtos para homem» e que nesta fase de experimentação estão apenas em «algumas das nossas lojas». 2000 foi o ano que marcou a nova etapa da Brasopi e a marca Boxer Shorts. Com a entrada do Grupo Hozar como um dos principais accionistas, dá-se início a uma nova linha de produtos, passando dos “boxers”, camisas e gravatas para uma colecção completa para homem, mudando ainda o nome para Throttleman Boxer Shorts. «Este conceito entrou no mercado pela diferenciação, ao dar à roupa íntima masculina um cariz divertido», refere o administrador ao DE. Entretanto, a ideia da roupa íntima masculina divertida foi sendo explorada ao longo dos tempos, tendo-se criado diversos produtos. Mais tarde avançaram com o “total look”, especialmente porque a empresa se «queria afirmar no mercado como uma marca completa», explica Eduardo Barros. O administrador refere ainda que esta opção «por um lado, em termos de estratégia e de notoriedade, é melhor porque consegue abranger mais famílias, produtos e clientes. Por outro, em termos financeiros, também é melhor porque é diferente vender apenas um “boxer” e vender uma “parka” ou um “blazer”, que têm preços muito superiores». O “total look”, com um estilo muito bem definido entre o «funny e o conservador» e que tem como público-alvo homens entre os 25 e os 45 anos, da classe média-alta, tem trazido à Brasopi resultados muito favoráveis. Entre 2001 e 2002 as vendas cresceram 47,7 por cento, em especial devido à abertura de novas lojas, totalizando neste momento 35 lojas em Portugal e oito em Espanha (das quais 25 são próprias e 18 franchisadas). Para este ano a marca prevê que as vendas cheguem aos 8,4 milhões de euros, planeando abrir mais quatro lojas em Portugal.