Fundada em 1995, a Sancar dedicou os últimos anos de atividade à especialização em meias técnicas para o mercado do trabalho, do desporto e da moda. «Há uns quatro ou cinco anos, mudámos um pouco a estratégia da empresa. Deixámos de nos focar nas grandes encomendas, em grandes volumes, para nos focarmos em nichos de mercado, com artigos mais técnicos e de valor acrescentado. Nesse aspeto, acho que apostámos bem, porque as coisas têm seguido precisamente esse caminho», afirma Manuel Anjo, CEO da empresa
Atualmente, a Sancar tem um portefólio vasto, pensado para servir diferentes exigências em termos de design e funcionalidades, do anti-odor às características hidrofóbicas, passando pelos artigos pensados para o mercado laboral. «Temos artigos de compressão e usamos fibras com maior tecnicidade para dar mais conforto ao utilizador, como Thermolite e Climayarn», exemplifica Manuel Anjo,
Com 110 teares, 60 trabalhadores e uma área de 4.000 metros quadrados, a Sancar tem colocado ênfase também na internacionalização, com 99% dos artigos que produz a terem como destino os mercados do Norte da Europa, EUA, Canadá e Espanha. «Quando resolvemos apostar neste género de produto, a estratégia envolveu as feiras internacionais», revela o CEO da empresa, que este ano já esteve presente na Intertex e prepara-se para participar também na Magic, em Las Vegas, nos EUA, na A+A, em Düsseldorf, e na ISPO, em Munique, estas últimas na Alemanha. Nos planos está ainda a primeira participação no salão português Modtissimo. «Temos de apostar fortemente na exportação», acredita Manuel Anjo.
Estratégia para manter
O ano de 2022 terminou numa nota positiva, apesar do aumento dos custos, que afetou os resultados. «Acabámos por faturar mais, mas em termos de resultados baixaram um bocadinho, porque os custos inerentes aumentaram bastante. Mas foi muito bom», revela o CEO da empresa, que no ano passado registou um volume de negócios na ordem dos 6 milhões de euros.
Para este ano, as expectativas são igualmente boas, apesar da inflação e o aumento dos juros estarem a refletir-se no mercado. «Nota-se que o consumo diminuiu bastante. Contudo, acabamos por não sentir tanto quanto outras empresas, porque como temos muitos clientes e os clientes compram quantidades pequenas, se um deixar de comprar, temos os outros todos para aguentar a empresa», justifica Manuel Anjo. Neste cenário, «penso que este ano andaremos nos mesmos valores [de 2022]. Se daqui para a frente correr como até aqui, vamos chegar lá», aponta Manuel Anjo.
A diversificação é, de resto, um conceito que o CEO da Sancar acredita ser o que melhor serve às empresas nacionais. «Acho que o caminho, em Portugal, é mesmo este: não estarmos focados nos grandes volumes, nas grandes quantidades, com preços esmagados, e focarmos, essencialmente, em produtos técnicos com valor acrescentado e, concretamente, em nichos de mercado. Aproveitar essas oportunidades, até porque temos uma situação que mais ninguém tem e ninguém nos tira, que é a localização e, aí, conseguimos responder facilmente em termos de rapidez aos clientes que nos procuram. Portanto, é nisso que temos de apostar: um bom produto, mas aliado, sobretudo, a um bom serviço. É isso que nos faz manter no topo da pirâmide», conclui.