As vendas no retalho europeu cresceram em Dezembro. Na zona Euro, conjunto de 16 países que utilizam a moeda única e onde se inclui Portugal, as vendas parecem ter emergido da recessão e estão a ganhar força. Segundo o índice mensal publicado pela consultora londrina Markit Economics, as vendas nesta zona apresentaram um crescimento homólogo no último mês de 2009. O índice PMI publicado por esta empresa registou um valor de 50,3 pontos. A barreira dos 50 pontos, que sinaliza o acréscimo ou decréscimo das vendas em termos homólogos, foi ultrapassada pela primeira vez nos últimos 18 meses. Depois de um ano e meio de queda, o consumo da zona euro medido por este indicador tem vindo a aproximar-se do limiar de crescimento desde Agosto do ano passado. Apesar disso, Setembro, Outubro e Novembro apresentaram decréscimos homólogos nas vendas a retalho, pelo que as notícias agora conhecidas são galvanizadoras para o sector retalhista e para as empresas que com ele fazem negócios. O clima de optimismo moderado e de recuperação, além de se estar a repercutir num crescimento do consumo, tem levado a que as empresas europeias estejam a aumentar a sua capacidade produtiva bem como o seu nível de investimento para, desta forma, aproveitarem atempadamente a recuperação económica após a maior recessão das últimas seis décadas. As preocupações estão agora viradas para o aumento do preço das matérias-primas, para a alta do euro e para o desemprego que podem ser factores inibidores de uma retoma plena. Apesar deste crescimento, os retalhistas mantêm-se prudentes devido à pouca expressão do mesmo, não esperando uma situação muito diferente no curto prazo daquela vivida até aqui. O crescimento verificado não foi generalizado em todos os países da zona Euro. Entre os principais mercados, França e Itália assistiram a um crescimento enquanto o mercado alemão, o maior da Europa, manteve a queda que se prolonga há já 19 meses. Estas três maiores economias da Zona Euro representam, no seu conjunto, 60% das vendas a retalho da região.