O sector de artigos de desporto vai ser protagonista de uma rápida e radical revolução. O consumidor necessita mais de serviços do que de produtos», afirmou Laurent Pouquet, director do departamento que estuda a «dinâmica dos mercados» no instituto Crédoc,realçando a importância dos serviços como complemento da venda de artigos desportivos. A conclusão partiu de um estudo realizado por este organismo sobre a «Evolução dos comportamentos de consumo em 2010». O estudo financiado pelo ministro da Indústria e apresentado aos industriais na altura do congresso anual das FIFAS (Federação das Indústrias Francesas de Artigos de Desporto), pôs em evidência os elementos macro-económicos incontornáveis que influenciam directamente a forma de consumir. Alguns exemplos: em 2010, mais de dois terços das habitações não terão mais de dois elementos, o segmento de consumidores com mais de 75 anos terá aumentado 40% e a maioria de artigos comprados será de passeio ou caminhada. As grandes tendências de consumo que se perfilam desde já, vão acentuar-se rapidamente daqui a uma dezena de anos. Considerem-se factores como o fraccionamento das férias, que tem levado a uma prática mais regular de um desporto, a diversidade de tipos de desporto, a vasta gama de produtos e a versatilidade dos compradores, incitados a praticar um fim-de-semana de golf e no fim-de-semana seguinte já pensarem na pesca. Esta ocupação dos tempos-livres está intimamente relacionado com um aumento geral e regular do orçamento médio dos casais dedicado a esta actividade. Do mesmo modo que deve haver oportunidades que impressionem o sector, deve também desenvolver-se com a clientela relações personalizadas a fim de lhes apresentar aquilo que o Crédoc chama de «produtos sistema». A oferta de equipamentos completos aproxima-se da proposta de certos fabricantes de materiais desportivos de Inverno ou industriais de mergulho, que fornecem skis, calçado, fixações, acessórios e máscaras, etc… Todavia, poderá e deverá ir ainda mais longe, «eles indicam os lugares mais propícios a esta prática, fornecem os contactos e moradas, organizando até mesmo a estadia da família», afirma Laurent Pouquet. Esta nova visão de trabalho dos fabricantes e distribuidores exige a realização de parcerias sólidas entre os diversos intervenientes desta nova cadeia. A organização da «mass customization» não se faz de um dia para o outro em termos de processo de fabricação e de logística, mas sobretudo no que respeita à revolução das mentalidades. As novas técnicas de comunicação terão um papel primordial, em transmitir a estratégia das marcas fortes, símbolos de ética e de segurança para o consumidor.