Despedimentos negociados na Fiação Boavista

A Fiação Boavista, em Vermoim – Vila Nova de Famalicão, «ofereceu» aos seus trabalhadores mais dois dias de férias do que o habitual, adiantou o jornal Público. Os funcionários da empresa Safil, como é conhecida, receberam em casa uma carta da administração a informá-los que «por conveniência de serviço» deveriam entrar ao trabalho hoje e não no dia 3 como inicialmente previsto. A carta informava também que os trabalhadores deveriam dirigir-se hoje ao escritório da empresa para negociarem o despedimento. O administrador da Safil, Joaquim Simões, não prestou quaisquer declarações sobre o futuro da empresa, remetendo apenas para uma reunião a realizar “esta semana” entre os responsáveis pela fábrica e os funcionários. Sabe-se no entanto, que a situação financeira da Fiação Boavista tem sido motivo de preocupação quer para os trabalhadores, quer para o Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes. Embora a Fiação Boavista tenha sido uma empresa estável durante muitos anos, tem vindo desde há alguns meses a negociar a saída de alguns trabalhadores caso a caso. Como acordado, os trabalhadores regressam hoje ao trabalho, mas por sugestão do Sindicato deverão dirigir-se às máquinas onde habitualmente trabalham, ao contrário do que vinha sugerido na carta enviada pela administração. Neste sentido, o Instituto de Desenvolvimento e Inspecção das Condições de Trabalho (IDICT) de Famalicão também já foi contactado pelo sindicato do sector, para que fique atento ao desenrolar da situação. Contactada pelo Jornal Têxtil a empresa não se apresentou disponível para comentar a situação.