De fácil acesso, sem fronteiras geográficas, facilitadoras de trocas comerciais e promotoras de uma relação mais pessoal entre marca e consumidor, as redes sociais têm sido uma das mais viajadas estradas pela nova guarda do design de moda nacional. Em destaque está o Instagram, a rede social favorita deste sector, pelo seu apelo visual.

«Decidi utilizar mais o Instagram porque é a rede social que, no meu caso, é mais acessível para chegar ao meu público-alvo e, também, porque a divulgação que faço tem muito que ver com os editoriais e com as sessões fotográficas que vou realizando para as coleções», justifica, ao Portugal Têxtil, Beatriz Bettencourt, jovem designer que se estreou na passerelle do Portugal Fashion em outubro de 2015 e agora se prepara para lançar o portal de comércio eletrónico da marca epónima.
A apresentar, para a primavera-verão 2018, a terceira coleção da marca Olimpia Davide, a jovem designer Sara Marques partilha igual opinião, trabalhando o Instagram como ferramenta de marketing para chegar a um público internacional.
«É um trabalho diário conseguir ter sempre novidades para colocar online. Tento sempre mostrar um bocadinho do processo criativo, mostrar o ADN da marca», afirma Sara Marques.

Com mais de 400 seguidores na rede social Instagram, a marca Nycole, assinada pela jovem designer Tânia Nicole segue a mesma estratégia.
«Procuro publicar o que vai saindo nas campanhas e editoriais e, antes do desfile, mostro fotografias do conceito», aponta Tânia Nicole, que em junho esteve presente num showroom em Paris, com o apoio do Portugal Fashion, onde fechou uma encomenda para uma loja multimarca no Japão.
Com 3.739 seguidores no Instagram, a investida de David Catalán passa pelas alianças com rostos conhecidos nas redes.

«Tentamos fazer colaborações com bloggers e com influenciadores, sendo que as peças mais extravagantes são as que acabam em editoriais e são vendidas mais depressa», destaca o talento emergente que, na última edição do Bloom, arriscou no modelo ver agora/comprar agora, em parceria com a plataforma multimarca Minty.
Feedback internacional
Não obstante, a rede não tem apenas enviado o talento emergente nacional para o ciberespaço. Tem, também, motivado um reforço positivo no plano comercial.
«Recebo um feedback bastante positivo internacionalmente. Já tive vários convites para expor a minha coleção em showrooms em Londres e em Nova Iorque, por exemplo», revela Beatriz Bettencourt, que ainda está a avaliar as propostas.

Este ano, Inês Torcato, que também desfila pelo Bloom, foi um dos “talentos” selecionados para um suplemento especial da Vogue Italia, distinção que a levou depois à feira Super da Pitti Immagine, durante a semana de moda de Milão – e tudo começou via redes sociais.
«O contacto aconteceu no Facebook, na página da marca», refere a jovem designer.
Ligação direta
As contas oficiais nas redes sociais servem, também, para levar os visitantes até aos respetivos portais de comércio eletrónico, aposta da marca epónima da jovem designer Carolina Machado e da Imauve, de Inês Oliveira.

«O website é, sem dúvida, a minha melhor plataforma de vendas. Envio para todo o mundo e vendo muito para os EUA», reconhece Carolina Machado, que integrou em outubro último a plataforma Lab da ModaLisboa, tal como a nativa digital Imauve.

«A Imauve foi logo pensada com uma vocação digital, quando começámos já tínhamos loja online. Já estamos a vender para toda a Europa», adianta, ao Portugal Têxtil, Inês Oliveira, cuja marca conta com 1.357 seguidores no Instagram e mais 2.391 seguidores no Facebook, rede na qual vão sendo partilhadas publicações “shop the look” – isto é, com imagens da coleção e uma ligação que encaminha os consumidores para as compras correspondentes no portal de comércio eletrónico.