A última Première Vision confirmou aquilo de que já se desconfiava: o denim, sozinho ou misturado, será o rei do Verão 2002. Os fabricantes de tecidos em denim não têm mãos a medir para satisfazer as encomendas e reorganizam-se para responder de uma procura que exige produtos de gama cada vez mais alta. As fantasias e os efeitos ópticos são o último grito num subsector onde a imaginação está no poder. Os algodoeiros estavam felizes da vida com as consequências previsiveis do boom do jean. O denim misturado com poliester, linho ou cânhamo conquistou os visitantes, muitos sensíveis ao toque e ao aspecto original. «O consumidor começa a reclamar conforto em todas as peças do seu guarda roupa», afirma o fabricante da fibra Filifine (Tergal), que está apostado em «dar talento ao algodão com misturas marotas». «A oferta é muito ampla e todos os desenvolvimentos fantasia têm boas hipóteses de sucesso, mas os aspectos muito «flammés», destinados a ser «destroy» continuam a agradar», explica Birgit Rohner, responsável pelas colecções da Lauffenmuhle. Os desenhos com motivos de camuflagem do exército e as riscas de zebra estão em vias de se estender a todo o vestuário, «Dado que os visitantes conheciam as nossas colecções de cor e salteado e precisam de apresentar novidades, chegou o momento de tentarmos convencê-los a usar qualidades mais técnicas e fazer valer o facto de que um tecido performante pode ser um argumento suplementar para impor os seus produtos na distribuição», sugere Yves Girard, responsável pelo marketing da Tejidos Royo, cujos denims resistentes, fáceis de usar e apresentando uma função ainda inédita no sector (a transferência de humidade) suscitaram muito interesse. Em conclusão, os tecelões estão de acordo em considerar que as tendências esboçadas nos salões precedentes não evoluem muito na Première Vision: natural mas easy-care, rústico e topo de gama, cores alegras mas pastel e o incontornável denim, verdadeiro ou falso, foram as palvaras mais ouvidas durante os quatro dias do certame.