Damel veste militares

A Damel apresenta novos produtos para a área militar. Além do projeto com insuflação automática SeaB2, revelado já às forças de segurança portuguesas e internacionais, a empresa portuguesa desenvolveu igualmente modelos com camuflagem ativa, a pensar nos soldados modernos.

Desenvolvido inicialmente para proteger o cidadão comum em ambiente marítimo – nomeadamente pescadores e praticantes de vela –, o Sea2B sofreu algumas mutações para responder às necessidades específicas dos militares. «Estamos a efetuar várias alterações para diversos tipos de atividades,

tendo sempre presente o SeaB2 e a funcionalidade de salvamento», explicou, na edição de março do Jornal Têxtil, Vítor Paiva, gerente da empresa sediada na Póvoa de Varzim que emprega 128 pessoas.

Fabricado com um tecido impermeável e respirável, o SeaB2 tem um sistema de insuflação automático, fitas refletoras, um apito e uma luz de emergência integrados. «Está a ser personalizado a cada área. Por exemplo, incluímos já o arnês inferior para que o utilizador possa estar a trabalhar suspenso em altura com mais comodidade», revelou Vítor Paiva.

Depois de ter sido apresentado na Agência Portuguesa de Defesa, na Comunidade Europeia e na Nato, o SeaB2 rumou a Bruxelas para mais uma apresentação perante a EDA – Agência Europeia de Defesa.

Juntamente com o SeaB2, que chegou ao mercado na vertente sailing e para a indústria da pesca, estão igualmente outros produtos desenvolvidos pela Damel para a área militar. A empresa, que em 2015 faturou 3,5 milhões de euros, tem artigos com gestão de temperatura e criou um novo dólman e calças para os militares. «Desenvolvemos os tecidos e modelos mais de acordo com a funcionalidade e a realidade do soldado atual», afirmou o gerente. A camuflagem ativa fez igualmente parte do projeto. «Fez-se uma camuflagem que se adaptasse ao ambiente e que o soldado ficasse mais impercetível. Aplica um princípio de termorreagentes, com tinta que reage à temperatura e à luz», explicou.

Apesar da produção – tanto de artigos de moda como vestuário técnico – da empresa ter como destino os mercados externos (99,3%), especialmente Islândia, Alemanha, Suíça, Inglaterra e França, a internacionalização e a chegada a novos países são um ponto de honra na estratégia da Damel. «Estamos a entrar na Austrália e nos EUA», revelou Vítor Paiva.

Inovação também não falta, sobretudo porque permite a necessária diferenciação. «Por vezes pensa-se que estar a desenvolver é gastar tempo e dinheiro, mas muitas das aplicações que fazemos na produção vêm do desenvolvimento», justificou. É o caso dos «artigos em penas completamente colados, ou seja, 100% impermeáveis através de colagem e não de pespontos. É um exemplo das tecnologias que desenvolvemos e que agora aplicamos também em várias coleções», apontou.

A empresa planeia, entretanto, investir cerca de 360 mil euros em novos equipamentos, afirmou Vítor Paiva, incluindo equipamentos de testes «que sirvam de orientação nos desenvolvimentos que estamos a fazer».