Vasco Aparício, presidente da Associação Portuguesa dos Industriais de Curtumes (APIC), afirmou ao Diário Económico, que «os últimos anos foram de reestruturação no sector», influenciado especialmente, pela performance negativa do calçado português. Nos últimos dez anos, o sector dos curtumes, que vive essencialmente das encomendas provenientes da indústria do calçado nacional, viu desaparecer desde 1992 cerca de 60 das 120 empresas que detinha. O presidente da APIC não considera, no entanto, esta diminuição preocupante, dado que uma parte significativa das empresas foi incorporada por outras através de fusões, tendo o emprego diminuído cerca de 16 por cento. Actualmente, procura-se promover a distribuição dos curtumes nacionais para o exterior, especialmente em mercados europeus, apostando-se também na diversidade de sectores de actividade. O principal objectivo, é fazer com que a indústria de calçado nacional deixe de ser o principal cliente, dirigindo os produtos para indústrias como a marroquinaria, automóvel e mobiliário. O sector dos curtumes é constituído na sua maioria por pequenas e médias empresas de cariz familiar e distribuídas pelo país. Neste momento, os curtumes empregam mais de três mil trabalhadores.