Crise ou criatividade?

A maratona de quatro dias dedicados à moda em Paris – onde serão apresentadas as colecções masculinas para o Outono-Inverno 2009/2010 – começa já hoje e será precisamente na Cidade-luz que se espera um elevado número de compradores, críticos e meios de comunicação na busca de novidades. Aesar da crise económica, o certame conta com um total de 46 desfiles, que incluem a apresentação de colecções de jovens e promissores estilistas como Gareth Pugh e Rick Owens. «Esta é a edição mais concorrida de sempre desta Semana de Moda, o que acaba por ser uma surpresa face à crise económica que tem vindo a abalar o mundo», salientou Didier Grumbach, presidente da Federação francesa da costura, acrescentando ainda que «pode-se sentir a crise mas ela ainda não nos atingiu e só nos preocupamos com o facto da mesma poder chegar em Julho 2009 ou Janeiro 2010, altura em que terão lugar as próximas rondas de desfiles na nossa Cidade-luz». Paris terá agora o objectivo de ser a passerelle por excelência da criatividade que, por vezes, vem mais ao de cima em tempos de crise. E porque é essencial lutar para não cair no pessimismo, Veronique Nichanian – designer da Hermès – acredita que a cor é vital para dar vida e enriquecer os tempos menos fáceis. «As coisas não vão melhorar se toda a gente se vestir em tons de preto e cinzento, porque é a beleza que pode salvar o mundo», explicou. De igual forma, o estilista da Ungaro, Franck Boclet, afirmou que «é sobretudo em tempos de crise que as melhores ideias florescem e nascem. é nestes momentos que precisamos de ser mais criativos e mostrar todo o nosso talento. A oportunidade de nos destacarmos está à porta e temos de a agarrar». Na capital francesa, todos os olhos estarão, durante quatro intensos dias, postos na apresentação das colecções de grandes nomes como Yves Saint Laurent, Louis Vuitton, Jean Paul Gaultier, Yohji Yamamoto, Givenchy, John Galliano, Kenzo, Ungaro, Hermès e Christian Dior.