As tendências para os mais pequenos apoiam-se nas mesmas direções – Connected, Euphoric e Resourceful – que guiam as propostas para homem e mulher preconizadas pelo gabinete de tendências e refletem já os primeiros impactos da pandemia no universo do design de moda.
Produtos multifunções
Especificamente para o universo infantil, em Connected o WGSN aponta para a importância de integrar características modulares e adaptáveis, uma vez que, mais do que nunca, os consumidores vão ser cautelosos com os seus custos e, por isso, ter um produto multifunções é uma mais-valia, já que permite aumentar o ciclo de vida do mesmo e conferir uma maior perceção de valor.
Os consumidores estão igualmente a tornar-se mais conscientes dos elementos agressores, tanto virais como ambientais, e, como tal, vão exigir mais das suas compras. Oferecer peças de vestuário que protejam e funcionem como um escudo com atributos removíveis ou que incorporem matérias-primas com propriedades antimicrobianas é uma opção a considerar.
Conforto e minimalismo andam de mãos dadas no vestuário infantil nesta tendência. A atitude menos é mais é também relevante para criar artigos que possam ser usados em diferentes estações e por meninos e meninas, graças a cores e cortes sem género. Os básicos elevados são obrigatórios.
Looks divertidos
Em Euphoric, os padrões são vibrantes, as cores são fortes e o vestuário de criança assume um look divertido, com temas de praia e estilos retro.
As cores são fortes e, se possível, criadas através de pigmentos sustentáveis para uma abordagem mais responsável à cor.
Com a transparência das marcas cada vez mais sob escrutínio, o vestuário dos mais novos pode assumir posições sociais através de mensagens criativas usando técnicas artesanais e recorrendo a colaborações.
Os materiais upcycled podem ser usados em coleções-cápsula, recorrendo aos arquivos e aos armazéns para dar uma nova vida aos tecidos, somando-lhes design e individualidade.
Os estilos familiares enquadram-se perfeitamente nesta tendência e em tempos de incerteza, refere o WGSN, podendo o passado ser usado para revitalizar o futuro, graças a estampados e cores retro que transmitem energia e conforto.
Intemporalidade ecológica
Resourceful é a tendência mais ecológica e isso reflete-se na direção para o vestuário de criança. A intemporalidade tem prioridade face às tendências sazonais, com a introdução de peças versáteis que possam ser passadas para primos, revendidas ou reparadas, numa altura em que os consumidores se inclinam para comprar menos mas melhor.
Apesar de uma vocação mais casual, o vestuário de cerimónia e festa deve ter igualmente lugar, embora com uma abordagem mais responsável, focando-se num trabalho de costura em vez do glitter e outros elementos decorativos pouco ecológicos.
Os temas habituais no vestuário de criança – como exploração espacial, motivos ligados a comida e estilos de praia – têm de ser revistos com uma estética mais rural e artesanal, sempre com o conforto em mente, tendo em conta o aumento das férias em casa ou em retiros no campo.
Materiais naturais e reciclados
Fibras naturais e sintéticas recicladas serão essenciais nas coleções de vestuário de infantil para a primavera-verão 2022, numa altura em que há um maior foco na sustentabilidade e na durabilidade. As cores fortes e os têxteis com aspeto artesanal também marcam pontos na estação.
Revestimentos para conferir impermeabilidade que são, ao mesmo tempo, de base natural e biodegradáveis, tornam-se capitais nas coleções em tamanho pequeno, com o objetivo de atingir a circularidade com tecidos que são reciclados e recicláveis.
Durabilidade e versatilidade são mais-valias procuradas pelos consumidores, pelo que fios e tecidos de elevada qualidade devem ter primazia. Texturas e fios rústicos são igualmente relevantes para a primavera-verão 2022, assim como os aspetos lavados e enrugados, neste caso em algodão fino ou em poliéster e poliamida reciclados.
Jacquards monomaterial, camadas semi-brilhantes e fios com brilho natural irão substituir os glitters. No denim, aplicado essencialmente em casacos, calças e vestidos, domina o indigo natural e fibras recicladas, incluindo de algodão, assim como a utilização de liocel e cânhamo. Para reduzir o consumo de água e químicos, são privilegiados processos alternativos nos acabamentos.
Para malhas, o WGSN sugere a redução do consumo de água através da exploração das tonalidades naturais de vermelho, verde, castanho e cru. Os jerseys devem manter-se simples, com construções suaves e acabamentos escovados, ideais para t-shirts, cardigans e loungewear.
Os felpos terão igualmente lugar na estação, sobretudo em riscas, podendo ser aplicados em pijamas e loungewear, mas também em conjuntos. Ribs plissados e pontos otomanos são perfeitos para casualwear, adaptados a todo o tipo de roupa para os mais pequenos.
Os acolchoados trazem um toque artesanal e intemporal, com versões duplas com padrões geométricos e com versões mais elaboradas que podem ser aplicadas em vestidos e vestuário de festa em geral.