Covid-19 impacta resultados da Chanel durante 12 a 18 meses

Ninguém parece escapar ao impacto da pandemia provocada pelo novo coronavírus. A Chanel, uma das marcas de luxo mais poderosas do mundo, também está a sofrer os efeitos da crise.

Segundo o diretor financeiro da marca, Philippe Blondiaux, citado pela Reuters, as receitas e os lucros da Chanel serão significativamente afetados durante este ano. Sem querer especificar qual será a quebra nas vendas, Philippe Blondiaux não deixou de salientar que os proximos 12 a 18 meses serão particularmente difíceis.

O diretor financeiro da Chanel reconhece que apesar da forte recuperação nos países onde as lojas do grupo já reabriram, essas reaberturas não são suficientes para compensar a falta de viagens internacionais.

«Prevemos que o ambiente externo continue a ter um impacto negativo no sector de luxo durante pelo menos os próximos 18 a 24 meses», afirmou, após o grupo ter reportado um crescimento nas vendas face a 2019, mas que ainda assim não será suficiente para compensar os meses perdidos.

Tal como as rivais, a Chanel foi obrigada a fechar lojas em todo o mundo. Cerca de 85% das lojas do grupo já reabriram e o mercado da China está a recuperar a bom ritmo – mais de 100% em poucas semanas.

«Este desempenho muito forte com os clientes locais será insuficiente para compensar a ausência de negócios internacionais, a ausência de visitantes internacionais e o facto de os nossos negócios isentos de impostos ainda estarem, na sua maioria, fechados», explicou.

Apesar de continuar à espera de obter lucros este ano, a marca está a reduzir a publicidade e as promoções em cerca de 25%. Para além disso, decidiu também diminuir a produção e cancelou ou transformou alguns eventos como os desfiles de moda, optando pela sua transmissão on-line.

A Chanel adianta, contudo, que dois dos desfiles programados para o final de 2020 poderão ainda avançar fisicamente.

A marca de luxo optou ainda, a exemplo do que estão a fazer as grandes empresas, pelo não pagamento de dividendos.