«Depois de três anos de forte crescimento, e anos extraordinários, o crescimento está a convergir para números que estão mais em linha com as médias históricas», afirmou Jean-Jacques Guiony, diretor financeiro, aos analistas.
O LVMH revelou que o volume de negócios aumentou 9%, para 19,96 mil milhões de euros, retirando o efeito da flutuação de câmbios e aquisições. O volume de negócios total aumentou 1% face ao trimestre homólogo do ano passado.
A divisão de moda e artigos em pele, que integra as marcas Louis Vuitton e Dior, entre outras, registou um aumento de 9% das vendas, o que, segundo a Reuters, ficou abaixo das expectativas dos analistas, que apontavam para um crescimento de 10%.
O LVMH está a sentir um abrandamento da procura por artigos de luxo nos EUA e na Europa, onde o aumento dos preços levou os consumidores – sobretudo os das gerações mais jovens – a retraírem-se depois de uma euforia de consumo pós-pandemia, enquanto a recuperação na China tem sido inconsistente.
Jean-Jacques Guiony destacou que embora o negócio tenha abrandado na Europa durante o trimestre, não houve uma mudança pronunciada na procura por moda e artigos em pele na China em comparação com há dois anos, exceto que foram feitas mais compras fora do continente, tendo em conta o regresso das viagens. Nos EUA houve poucas alterações nas tendências, segundo o diretor financeiro.
Já a divisão de vinhos e bebidas espirituosas registou uma subida de 14% no volume de negócios no trimestre, com a empresa a registar uma menor procura de champanhe no período, enquanto o um ambiente económico menos positivo nos EUA e uma recuperação mais lenta do que o esperado na China afetou a procura de conhaque Henessy.
O LVMH é o primeiro grande conglomerado de luxo a reportar os números deste trimestre, dando aos investidores uma melhor perspetiva sobre o que esperar dos rivais Hermès e Kering, que deverão apresentar os resultados a 24 de outubro.
Os investidores recentemente baixaram as suas expectativas para o sector do luxo e a avaliação do grupo LVMH baixou 96 mil milhões de euros desde abril.
No acumulado dos primeiros nove meses, o volume de negócios orgânico do LVMH subiu 14%, para 62,2 mil milhões de euros, sendo que as vendas da divisão de moda e artigos de pele aumentaram 16% a câmbios constantes (11% com variações de câmbio), para 30,9 mil milhões de euros.
Quanto ao futuro, um comunicado do LVMH sustenta que «num ambiente económico e geopolítico incerto, o grupo está confiante na continuação do seu crescimento e vai manter uma estratégia focada na melhoria contínua da desejabilidade das suas marcas, apoiando-se na autenticidade e qualidade dos seus produtos, excelência na distribuição e organização ágil».