Companhia das Cestas: memórias algarvias

Oprah Winfrey, Michelle Obama e Victoria Beckham são algumas das mulheres que já passeiam a tradicional empreita algarvia pelo mundo fora, tudo graças a uma conversa entre mãe e filha. Da vontade de pegar pela mão uma memória do artesanato local e de a trazer até à atualidade, Beatriz e Sofia Costa Rocha lançaram, em 2013, a Companhia das Cestas.

Nascida depois uma viagem à Turquia que, como conta Sofia Costa Rocha ao Portugal Têxtil, despertou nas duas «uma grande noção de património cultural», mãe e filha decidiram desenvolver uma marca relacionada com a cultura portuguesa e, a viverem no Algarve, a escolha recaiu no artesanato da região. «[A Companhia das Cestas] surge da recuperação de uma arte antiga plasmada nas cestas de empreita, que antigamente serviam para transportar alimentos, e em dar-lhes agora uma utilização mais “cool”», recorda a fundadora.

Pouco depois de ser apresentada, a marca começou a somar conquistas dentro e fora de portas. No final de 2013 aconteceu uma colaboração com a loja Missoni Quinta do Lago, com uma gama de cestas exclusivas para a marca.

No ano seguinte, a dupla desenvolveu cestas e clutches personalizadas com monograma – as tais que conquistaram os coordenados de mulheres como a primeira-dama dos EUA – e, com essa linha, em 2015, a Companhia das Cestas iniciou uma colaboração com a marca inglesa Rae Feather. A parceria garantiu-lhe, revela Sofia Costa Rocha, grande visibilidade no mercado externo, com os exemplares da marca a figuraram nas páginas de publicações como a Oprah Magazine, a Hello!, a Tatler, a Glamour, a Madame Figaro, entre outras. A fundadora adianta ainda que, brevemente, a Companhia das Cestas, vai começar uma parceria exclusiva com a Fashion Clinic.

Atualmente, a marca exporta para toda a Europa e para países como Tailândia, EUA, Dinamarca ou China, sendo que «cerca de 60% da produção da Companhia das Cestas tem como destino a exportação», aponta Sofia Costa Rocha.

O design da Companhia das Cestas está sob a alçada das duas fundadoras e a produção dos atuais 28 modelos é efetuada por artesãos algarvios, do concelho de Loulé – processos que não estão isentos de obstáculos. «Os maiores desafios foram sem dúvida arranjar matéria-prima e artesãos disponíveis para a execução das cestas, visto estarmos a falar de uma arte antiga que caiu em desuso e por ser uma arte praticada por pessoas mais velhas», explica Sofia Costa Rocha, que acrescenta ainda que a procura de materiais foi «um desafio», considerando que a dupla apenas queria utilizar «produtos de excelência como tintas à base de água, sem cheiros, com proteção UV e vernizes para dar um melhor acabamento».

O leque de preços vai dos 30 aos 100 euros e as peças podem ser encontradas na página oficial do Facebook da marca e em espaços multimarca no Porto, em Lisboa e na região do Algarve.