O estudo Britains Retail E-mpire prevê que as vendas internacionais de moda superem o crescimento interno e totalizem 40% do total de vendas on-line nos próximos sete anos. No ano passado, as vendas on-line externas ao Reino Unido totalizaram 4 mil milhões de libras e foram responsáveis por 14% do total. As vendas deverão ser particularmente fortes na Europa Ocidental, onde estão previstas aumentar dos 1,5 para os 9,8 mil milhões de libras até 2020, devido à redução das barreiras à entrada, no âmbito da União Europeia, e da facilidade de entrega em todo o continente. As vendas deverão também crescer na Europa Central e Oriental e na Ásia, apesar de a América do Norte permanecer como maior mercado individual para os produtos britânicos on-line. As vendas na América do Norte deverão crescer de pouco menos de mil milhões de libras registados no ano passado para os 2,7 mil milhões de libras em 2020, embora a taxa de crescimento seja mais lenta devido à maturidade do mercado e a marcas nacionais mais fortes. Anita Balchandani, sócia da OC&C, explicou que o crescimento das vendas internacionais sugeriu uma mudança fundamental nos padrões comerciais, com os consumidores a utilizarem a Internet como uma «montra global» e sublinhou que isso está a mudar as regras da expansão internacional. «Os retalhistas estão agora a expandir-se internacionalmente de forma muito mais rápida, conseguindo-o em meses em vez de anos, e são também capazes de fazê-lo de forma muito mais barata agora», acrescentou a responsável. Aqueles que forem capazes de responder melhor aos desafios do comércio internacional tendem a ser mais orientados para os dados, ter uma maior perceção local sobre a necessidade de ajustar a sua oferta para alguns mercados e ter a capacidade de gerir o fluxo de moeda. Entre as marcas que desenvolvem o maior número de pesquisas de consumidores, mais de metade é marcas de moda ou retalhistas, com a Asos a assumir o primeiro lugar e Burberry, Boohoo, Net-a-Porter e Jimmy Choo também no top 10. Pequenas marcas e empresas do Reino Unido, como Isabella Oliver e a Farfetch do português José Neves estão também a aproveitar as oportunidades internacionais oferecidas pelo comércio eletrónico, sendo responsáveis por quase metade das pesquisas on-line a partir do estrangeiro. Olhando para o futuro, o relatório destaca cinco características que considera que os retalhistas vencedores terão: uma boa proposta; a capacidade de detetar e responder à procura em rápida evolução; vias com custos eficazes para construir o reconhecimento da marca e volumes de clientes; localização seletiva e com recursos pouco pesados; e domínio da economia e funcionamento das encomendas.