Depois da primeira parte, o Portugal Têxtil apresenta a segunda etapa deste estudo.
Este artigo prossegue a sua análise, referindo a importância que as diferentes estratégias assumem para os vários retalhistas globais. Os processos de compra são sem dúvida importantes para os retalhistas, mas as estratégias de compra raramente se encontram no centro do seu negócio. Com efeito, as estratégias que mais importam aos retalhistas de vestuário são aquelas que envolvem valores elevados, ou que seguem a direcção que o negócio está a seguir. A estas estratégias, o artigo do Just-style.com chama estratégias hard, e referem-se à localização das lojas, ao modo como os artigos são distribuídos e toda a filosofia do retalhista em termos de marketing e gestão financeira, envolvendo as políticas de preço, níveis de stocks e clientes alvo. Para a maior parte dos retalhistas, a gestão das encomendas não faz parte desta estratégia, resultando antes da opinião desse retalhista sobre a mercadoria que pretende comprar, ao melhor preço pretendido, com o esforço adequado, com o empate de capital igualmente interessante, e com a qualidade certa, naturalmente. Além disso, o retalhista pretende igualmente contar com uma previsão o mais exacta possível das quantidades a encomendar na estação seguinte, afim de melhor gerir o seu próprio stock. O que envolve então a estratégia dos retalhistas de vestuário? Para a maioria dos retalhistas do sector, esta estratégia deve incluir os seguintes pontos. Ter um produto único e original: com a sua marca própria e exclusiva ou segundo uma boa oportunidade que possa surgir. Política de gama: em muitos mercados retalhistas, existe uma tensão constante entre o custo exigido e os benefícios das séries mais pequenas, por um lado, e as exigências dos consumidores em termos do leque de escolha, por outro. Produção em regime de outsourcing: hoje em dia, é um dado assumido que os retalhistas de vestuário não possuem unidades de produção. No entanto, a famosa Inditex tem fábricas próprias. A britânica Matalan comprou recentemente uma série de fabricantes de vestuário. A também britânica River Island assegura grande parte da sua manufactura em regime de subcontratação na Europa Oriental, onde o capital de trabalho envolvido é menor. Design dos subcontratados: se um retalhista não vender marcas próprias ou exclusivas, não precisa de preocupar-se com o design dos fabricantes que contrata, mas caso não seja assim, então ele deve pensar nesse aspecto. O retalhista pode optar por ter o seu próprio departamento de design (como por exemplo a Gap), ou pode esperar que os seus fornecedores se encarreguem do design do produto (como faz Marks & Spencer há muito tempo). Recurso a agentes de compras: dado que a produção de vestuário se tornou uma indústria global, torna-se cada vez mais difícil e dispendioso ter escritórios de compras em todos os centros de produção. Tradicionalmente, os retalhistas mais pequenos têm recorrido a grupos de compras para alargar a sua cobertura e aumentar o seu próprio poder de negociação. Por exemplo, a alemã Katag reclama ter vendas no valor de 1,8 mil milhões de euros. A norte-americana Kohls (9,2 mil milhões de dólares em vendas) compra praticamente toda a roupa que vende através da agência sedeada em Hong Kong, Li & Fung, que trata igualmente das compras de grande parte da gama da Limited Brands. Já a Target e a Wal-Mart compraram as suas próprias agências de compras, embora nenhuma delas coloque todas as suas ordens de compra através destas estruturas. Questões éticas: embora poucos retalhistas o admitam, o papel desempenhado pelas questões éticas varia consideravelmente. Alguns retalhistas, como a Gap ou a M&S, investem consideráveis energias e recursos para assegurar que os seus fornecedores cumprem as normas e padrões internacionais, enquanto outros não dão qualquer importância a esta área… Papel das tecnologias da informação: cada vez mais retalhistas desenvolvem e implementam sistemas de controlo e gestão da produção e ferramentas de comunicação, como a Karstadt-Quelle com a Texyard e a Wal-Mart com o sistema Wal-Mart Retail Link.