Como a tecnologia vai mudar o mundo em 2030

Os avanços tecnológicos terão um forte impacto sobre a nossa realidade no final desta década, revela um estudo da GlobalData, que antecipa alterações significativas em diversas áreas, que irão afetar a forma como iremos viver, trabalhar, produzir e vender.

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O mundo irá parecer muito diferente em 2030. Estão em curso mudanças profundas na economia mundial, impulsionadas por vários fatores, incluindo deslocalização, descarbonização, demografia e tensões geopolíticas. «A adoção da tecnologia e inovação deverão acelerar no resto da década, à medida que empresas, governos e indivíduos se adaptam a estas novas realidades», revela a GlobaData no estudo Tech in 2030 – Thematic Intelligence.

O estudo abrange várias áreas, da saúde à indústria, passando pela agricultura, a energia, o retalho e os novos modelos de trabalho.

Ao nível da produção, as tecnologias e materiais da Indústria 4.0 irão mudar toda a cadeia de valor da indústria, ao permitir a existência de fábricas digitais e cadeias de aprovisionamento inteligentes. «O futuro da produção está na biologia sintética», aponta a GlobalData, que sublinha que, no final desta década, a biologia sintética «estará no centro da bioeconomia e terá desbloqueado uma gama de novos produtos e conceitos através de novos sistemas biológicos ou da mudança dos existentes para propósitos úteis».

No que diz respeito à energia, as fontes renováveis e as poupanças de eficiência vão continuar a ser cruciais para tentar compensar o aumento do consumo, fruto também das mudanças climáticas. A GlobalData acredita que isso irá afetar as indústrias que demorem mais tempo a descarbonizar, nomeadamente a mineira, os transportes de mercadorias e os químicos. Em 2030, contudo, as estratégias de mitigação de utilização de combustíveis fósseis em vigor vão ajudar estas indústrias. «A crescente pressão dos investidores e dos consumidores irão forçar as empresas de energia a descarbonizar, a diversificar as suas fontes de energia e tecnologias de contenção», afirma a GlobalData.

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Na agricultura, os avanços na maquinaria e na otimização de plantações irão permitir melhorar a produtividade. Em 2030, as quintas estarão conectadas através de sensores de Internet das Coisas, vigiadas por robôs autónomos e geridas através da análise realizada por inteligência artificial para aperfeiçoar as operações. «A agricultura de precisão vai melhorar a sustentabilidade e a genómica irá tornar as culturas mais resilientes aos impactos das mudanças climáticas», antevê a GlobalData.

Ao nível do trabalho, as tecnologias disruptivas e os movimentos sociais irão transformar o futuro. «A semana de quatro dias vai tornar-se uma prática comum», antecipa a GlobalData. Além disso, realça, a automação vai apoiar mas não substituir trabalhadores, os escritórios vão mover-se para o metaverso, ao mesmo tempo que a inflação e a regulamentação forçam a economia dos biscates a evoluir. O estudo destaca ainda a emergência de gémeos digitais para replicarem espaços físicos, como as fábricas.

Já nas vendas, os retalhistas irão usar a tecnologia para darem uma experiência luxuosa e fácil aos consumidores, com a customização e a conveniência dos métodos de pagamento a serem fundamentais. A automatização irá ajudar ou mesmo substituir os trabalhadores e as escolhas de estilo de vida dos consumidores irão mudar o ambiente do retalho no futuro