Denominado Regenerative Agriculture Landscape Analysis, o estudo tem como objetivo fornecer uma maior compreensão das ferramentas, programas, iniciativas e diretrizes no âmbito da agricultura regenerativa.
Embora não exista uma definição unânime do conceito, a Textile Exchange assume que agricultura regenerativa é «uma visão da agricultura que funciona em alinhamento com sistemas naturais, reconhecendo o valor e a resiliência de ecossistemas interligados e mutuamente benéficos em comparação com os sistemas de agricultura extrativa», «um reconhecimento de que os povos nativos e indígenas têm aplicado esta abordagem à alimentação e às fibras há séculos – não é um conceito novo – e que a agricultura regenerativa tem de incluir um foco na justiça social» e «uma abordagem em sistemas holísticos, baseados localmente e focados nos resultados, não uma lista de práticas “o mesmo serve para todos”».
Como salienta no sumário executivo do estudo, «queremos destacar o quão importante é para as marcas definir claramente o seu próprio uso do termo e assegurar que a justiça social, igualdade e subsistência estão embebidos de forma significativa em qualquer projeto denominado regenerativo».
«A agricultura regenerativa pode fornecer múltiplos benefícios para a natureza e para as comunidades e é muito necessária para ajudar a reverter a tendência do clima e da perda de biodiversidade. No Kering, estamos a trabalhar com parceiros e agricultores no terreno para escalar projetos através do Regenerative Fund for Nature em parceria com a Conservation International. Não é tempo para esperar por outros para assumir a liderança – temos todos de investir no apoio a práticas regenerativas com urgência. Este estudo dá às marcas um roadmap prático profundamente estudado para começarem», afirma Géraldine Vallejo, diretora do programa de sustentabilidade do Kering.
«Na J. Crew e na Madewell identificamos a agricultura regenerativa como um passo crítico para o futuro da jornada para reduzir o nosso impacto», acrescenta Liz Hershfield, vice-presidente sénior e diretora de sustentabilidade no J. Crew Group e vice-presidente sénior de sourcing na Madewell.
Principais conclusões
Entre as principais conclusões do estudo, que tem capítulos dedicados à ciência por detrás da agricultura regenerativa e sequestro de carbono no solo, ao papel da agricultura regenerativa na cadeia de aprovisionamento, assim como casos de estudo, está a certeza que «a transição para a agricultura regenerativa é fundamental para a indústria têxtil e da moda. A saúde a longo prazo do sector dependerá de como ele é capaz de trabalhar com os agricultores para desenvolver sistemas mais resilientes, sendo que as práticas regenerativas também oferecem imensos benefícios sociais e ambientais», aponta a Textile Exchange.
A Textile Exchange refere ainda que é necessário sair da caixa para acelerar a transição. «Para avançar no campo da agricultura regenerativa no geral, as empresas de vestuário, têxteis e calçado devem também aumentar a partilha de informações com o sector alimentar e de bebidas, garantindo que as marcas de vestuário influenciam os mais recentes desenvolvimentos de políticas, modelos de financiamento e iniciativas de investigação», conclui.