Os jeans de homem não estão mesmo lamacentos, mas parecem. Têm várias manchas nas pernas, semelhantes às causadas pela lama e, segundo a PRPS, «encarnam o vestuário americano rústico, com uma camada exterior lamacenta e crepitante que mostra que quem os usa não tem medo de ficar sujo». Os jeans estão a tornar-se virais nas redes sociais, indignando os cibernautas.
Entre os comentários feitos aos jeans sujos está o de Mike Rowe, apresentador do programa da Discovery Channel “Dirty Jobs”, que escreveu numa publicação no seu blogue: «Não é lama real. É lama falsa. Algo para dar a ilusão de trabalho. A ilusão de esforço. Ou talvez, para aqueles que realmente comprarem as calças, a ilusão de sanidade».
O blusão em denim que completa o par de jeans está também à venda na plataforma e custa 390 euros. Os jeans com tinta vermelha têm igual preço.
Ironicamente, o fundador da PRPS, Donwan Harrell, lançou a marca para recriar, segundo o próprio, o denim americano original.
Os blue jeans modernos terão sido introduzidos nos EUA por um imigrante bávaro chamado Levi Strauss, ainda que outros defendam que Cristóvão Colombo o trouxe pela primeira vez para a América, numa embarcação com velas feitas de denim.
Durante grande parte do século XX, a América produziu o melhor denim do mundo, considerando a eficiência dos seus métodos. Contudo, os japoneses ficaram obcecados com a reinterpretação dos jeans “autenticamente” americanos, assumindo-se hoje com um dos mais importantes jogadores da indústria.
Donwan Harrell, que tem relações profícuas com o nosso país, sendo atualmente um dos jurados do Concurso Paulo Ribeiro by Pizarro (ver Jovens brilham na Pizarro), descobriu isso quando trabalhava para a Nike na Ásia e acabaria por se assumir como um dos primeiros designers a devolver este tipo de jeans aos EUA.
A marca que fundou em 2002 em Nova Iorque e oferece “denim premium japonês” para homem e senhora, depressa angariou uma lista de seguidores que inclui nomes como David Beckham, Halle Berry ou Keanu Reeves.