A Christian Dior Couture está a pagar o preço de um rápido crescimento. Apesar do seu volume de negócios ter crescido 18% em 2001 para 350 milhões de euros (depois de ter crescido 35,4% em 2000), a casa de costura regista no entanto, uma perda operacional de 5,5 milhões de euros para o mesmo exercício. Anunciada durante a anterior assembleia geral da holding Christian Dior, esta situação deve-se aos investimentos para a rede comercial, às dificuldades de produção no primeiro semestre e ao lançamento do pronto-a-vestir masculino, sob a alçada do seu novo director artístico, Hedi Slimane. Já desde o primeiro semestre que a Christian Dior Couture evocou os seu problemas logísticos, dito de outra forma, os seus atrasos de fabricação e de expedição de produtos tais como o calçado e a marroquinaria. Os seus problemas manifestaram-se no primeiro trimestre e foram resolvidos desde o segundo trimestre, graças especialmente ao arranque verdadeiramente efectivo duma segunda fábrica em Milão para marroquinaria, afirma Sydney Toledano, o director geral da Christian Dior Couture. Este último atributo foi o principal responsável pela perda de 2001, no programa carregado de aberturas de lojas. No total foram abertas no ano anterior 24 lojas próprias em todo o mundo. Mas nós assinámos também uma dezena de lojas no segundo semestre de 2001, que apenas abriram em 2002, mas para as quais nós temos desde já os custos do ano anterior, nota Sydney Toledano. Apesar das considerações exageradas de 2001, Bernard Arnault, director geral da Christian Dior Couture, continua a colocar fermento sobre uma rentabilidade mais forte da marca daqui a três ou quatro anos, prevendo também um meio de duplicar o seu volume de negócios até então. O programa de aberturas de mais 20 novas lojas em 2002 mantém-se, estando 11 já abertas. Segundo o grupo, algumas destas novas unidades, como as de Roma (aberta em Maio de 2002), realizam vendas muito superiores aos objectivos e deverão ser rentáveis já desde este ano. Sydney Toledano afirma que a rentabilidade da Christian Dior Couture está no bom caminho, pois apesar de cerca de 11 milhões de euros de perdas terem sido registadas durante o primeiro semestre de 2001, o resultado foi muito positivo chegando a cerca de 6 milhões de euros no segundo semestre. Toledano anunciou ainda que em 2002 o seu resultado será claramente positivo, estando já o seu volume de negócios total em progressão de mais de 52% para os quatro primeiros meses do ano, e dos quais 60% se referem à distribuição controlada. Esta boa saúde manifesta-se em todos os continentes. O mercado asiático está de novo muito bem especialmente o Japão -, a Europa está excelente e o mercado americano comportou-se bem depois do início do ano, assegura o director geral da Christian Dior Couture, que sublinha igualmente os excelentes resultados da última colecção de pronto-a-vestir Primavera-Verão, mas com o sucesso confirmado da marroquinaria, especialmente os sacos Selle e Street Chic. Este último modelo, lançado em Fevereiro, foi comercializado ao mesmo tempo que uma linha de calçado conhecida também pelas excelentes vendas. Diante do sucesso do calçado em geral, Sydney Toledano está a considerar a criação de espaços de calçado nas lojas da marca, como a da avenida Montaigne, e os corners nas grandes lojas.