De acordo com o divulgado pela agência de notícias Reuters, as exportações chinesas de têxteis e vestuário deverão registar um crescimento global de 19,2% em 2005, cifrando-se nos 116 mil milhões de dólares. Apesar das restrições aplicadas pelos EUA e pela União Europeia (UE), este crescimento encontra-se ligeiramente abaixo do verificado em 2004, que registou uma taxa de 21% e um valor total de 97,3 mil milhões de euros.
Segundo foi referido por responsáveis do concelho nacional chinês para o têxtil e o vestuário, este desempenho resulta do elevado investimento realizado e da adopção de novas tecnologias, medidas que aumentaram a competitividade das empresas têxteis chinesas e aceleraram as exportações. Actualmente, as exportações de têxteis e vestuário representam 15% do total das exportações chinesas. Devido ao elevado crescimento que se registou no início do ano com a eliminação das quotas alfandegárias, as autoridades comunitárias e norte-americanas aplicaram medidas restritivas sobre o volume de importações para os seus mercados, em determinadas categorias consideradas como mais sensíveis. Das negociações surgiu o acordo entre a UE e a China em Junho (ver Dossier Negociações U.E. e China), e entre os EUA e a China em Novembro (ver notícia no Portugal Têxtil). Segundo os dados comerciais divulgados pela Comissão Europeia, o volume das exportações chinesas de têxteis e de vestuário com destino à UE registaram um crescimento de 40,2% em volume e 44,8% em valor durante os primeiros nove meses do ano. Os dados comunitários referem que o aumento significativo das importações resultou em pequenas alterações nos valores gerais das exportações comunitárias, mas teve um impacto significativo nas exportações de outros países localizados na Ásia e em África. Apesar dos receios generalizados por parte dos produtores comunitários, o relatório da CE refere que foram fundamentalmente os países em desenvolvimento que mais sofreram com a liberalização do comércio mundial. De acordo com os dados da CE, as importações comunitárias de têxteis e vestuário registaram um crescimento de 3,7% em termos de valor e 4,9% em termos de volume durante os primeiros nove meses do ano. Entre os países mais prejudicados com a eliminação das quotas alfandegárias salienta-se o caso das Filipinas, Coreia do Sul, Tailândia, Paquistão e Bangladesh com quebras no valor das exportações com destino ao mercado comunitário de 41,4%, 27,2%, 13,4%, 12,5% e 8,5%, respectivamente.