China e ASEAN Preparam zona de livre comércio

No decurso da décima cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em inglês), que começou ontem e se encerra hoje no Laos, os dez países-membros acordaram com a China eliminar barreiras alfandegárias comuns a partir do próximo ano.

Brunei, Camboja, Indonésia, Laos, Malásia, Filipinas, Singapura, Tailândia, Vietname e Birmânia deram um passo adiante nas relações comerciais com a China desde que, em Novembro de 2002, assinaram um plano de acção e cooperação que plasmava as pretensões de criar, num prazo de dez anos, uma zona de comércio livre. Começando a redução tarifária a partir de meados do próximo ano, definiram 2010 como horizonte temporal para concluir a eliminação das taxas aduaneiras.

O acordo abrange apenas a circulação, livre de tarifas, de produtos, mas não abrange ainda a prestação de serviços. Ainda assim, o alcance deste tratado permitirá gerar um mercado de mais de 1,7 mil milhões de pessoas e um volume de negócios que se estima será superior a 1,2 biliões de dólares.

A balança comercial com a Associação das Nações do Sudeste Asiático é, actualmente, deficitária para a China, sendo que, desde a década de 90, o bloco ASEAN é o quinto maior parceiro comercial. No entanto, os últimos indicadores reflectem uma inversão de tendência positiva para a China: em 2002 mantiveram o nível das exportações para a ASEAN e diminuíram as importações em quase 40 por cento.

Este ano, de Janeiro a Setembro, o volume de comércio entre as duas partes registou já mais de 75 mil milhões de dólares, com um crescimento anual de 35,6 por cento, e os responsáveis chineses acreditam que esse valor ultrapassará os 100 mil milhões de dólares no final do ano.