China aposta em maquinaria têxtil

A China, além de ser o maior produtor e exportador de artigos de vestuário do mundo, é também o maior fabricante de máquinas de costura da actualidade.

Segundo dados da China Sewing Machinery Association (CSMA), este país fabricou 16,9 milhões de máquinas de costura em 2003, garantindo assim 60% de mercado global deste sector, bem como 70% do mercado mundial de máquinas de bordados.

Em 2003, a China exportou maquinaria de costura e respectivas peças no valor de 700 milhões de dólares, sendo destes 320 milhões de dólares garantidos em máquinas de costura industriais e 60 milhões de dólares em máquinas de bordar.

Calcula-se que existam presentemente 1.000 fabricantes de máquinas de costura e respectivas peças e componentes na China, e cerca de 300 fabricantes de máquinas de bordar.

Neste segmento, destacam-se ainda 100 joint-ventures, tendo muitas das grandes empresas multinacionais do sector, como a Brother e a Barudan, optado por criar filiais próprias na China.

Por outro lado, as máquinas de bordar chinesas têm vindo a registar um aperfeiçoamento constante, em termos de qualidade e tecnologia, levando a maior parte das companhias congéneres da Alemanha ou Japão a reconhecer essa mesma qualidade.

Em termos de tecnologia intermédia, os fabricantes chineses aprestam-se para alcançar o nível das maiores empresas internacionais no espaço de três anos, e no caso das tecnologias mais avançadas, esse prazo não deverá exceder os cinco anos.

No entanto, o lado menos positivo da indústria da maquinaria da China é a grande quantidade de cópias flagrantes lançadas no mercado.

Como refere uma fonte da Brother, “se a imitação é comercializada como não sendo 100% diferente do original, então a Brother não pode tomar quaisquer medidas de defesa, mas se a cópia for vendida como uma peça Brother, então a nossa empresa poderá adoptar medidas efectivas; além disso, se um falsificador for levado a tribunal e declarar falência, ele muda de nome e continua a produzir essas cópias, sendo a Brother o único perdedor, pois incorre nos custos judiciais”.

Ainda assim, com a qualidade e desempenho apresentado pela maquinaria básica chinesa, não há necessidade de estar a pagar por uma imitação, e será um investimento bem melhor comprar máquinas de boa qualidade fabricadas na China, em especial porque os fabricantes chineses garantem geralmente um retorno desse investimento no espaço de um ano, enquanto os produtores alemães e japoneses apontam normalmente para os 5/6 anos.

Além de fabricarem máquinas de costura industriais, muitas das maiores empresas do sector da China estão a apostar igualmente em máquinas de bordar.

Entre estas, o artigo do Just-style.com refere a FeiYue, que também exporta com o nome comercial Yamata, a Shanggong, que comprou recentemente 94% da empresa alemã Dürkopp Adler, a Gemsy e a Protex.

Neste segmento, e embora tenha nascido apenas em 2000, por iniciativa de um grupo fabricante de armas, a North Phenix afirma ser o maior fabricante de máquinas de bordar da China e o número dois a nível mundial, assegurando mais de 25% do mercado deste país.

Nesta empresa, 30% da produção é exportada para países como a Tailândia, Índia, Turquia, Espanha, Estados Unidos, México e Brasil.

A North Phenix reclama ainda possuir a mais vasta gama de máquinas de bordar, com mais de 600 modelos, que vão das 3 a 12 agulhas, até aos modelos de 43 cabeças.

Outras empresas de referência neste campo são a Zhanyi Computer e a Machinery Co. Ltd., certificadas com a ISO9001, e que nasceram como empresas viradas para os serviços, e acabaram por entrar também na área da produção de máquinas próprias.

A Richpeace assume também um importante papel no mercado da maquinaria têxtil da China, nos últimos dez anos. Hoje em dia, esta empresa produz cerca de 5.000 máqunas por ano, 40% das quais são exportadas, em especial para Hong Kong, Paquistão e Índia, além do Canadá, Estados Unidos e Austrália.