A Chanel comprou a sua fornecedora de pele de cordeiro, a empresa de curtumes Bodin-Joyeux, naquela que é a mais recente aquisição por uma marca de luxo de um parceiro que fornece materiais de qualidade de topo. A Chanel, que pertence à família Wertheimer, é a segunda maior marca de luxo do mundo, atrás da Louis Vuitton e à frente da Ralph Lauren, com quase 6 mil milhões de euros em vendas anuais estimadas. Tal como a rival Hermès, a Chanel tem vindo a adquirir parceiros para garantir fornecimento a longo prazo e controlo de qualidade, desde produtores de plantas para o seu perfume Chanel N.º 5 a empresas de bordados como a Lesage para as suas coleções de alta-costura. A tendência para a integração vertical o controlo desde a matéria-prima à prateleira da loja dá às marcas de luxo uma vantagem competitiva, aumenta as barreiras à entrada e ajuda-as a defender a imagem de alta qualidade que querem associada aos seus produtos. A Bodin-Joyeux é a primeira empresa de curtumes que a Chanel adquire. É uma das suas muitas fornecedores de pele de carneiro, conhecida pelo toque sedoso e usada para fazer as populares carteiras em couro acolchoadas de 1.500 euros. Situada em Levroux, no centro de França, a empresa foi fundada em 1860 e integra todo o processo de curtume, desde as operações iniciais ao tingimento da pele. Emprega 100 pessoas e produz 450 mil peles por ano. Bruno Pavlovsky, presidente do negócio de moda da Chanel, afirmou que a marca francesa trabalha com a empresa de curtumes há 30 anos e que a mesma irá continuar a fornecer rivais, como outros fornecedores Chanel já o fazem. «A Bodin-Joyeux é especialista em pele de carneiro e queremos proteger e preservar o seu know-how», disse Pavlovsky em entrevista à Reuters. Segundo Pavlovky, a Chanel ainda se apoia em cerca de 15 empresas de curtumes diferentes, mas sublinhou que o preço médio da pele de cordeiro está a subir, uma vez que as pessoas estão a comer menos carne e a procura continua a aumentar uma tendência que pode ser também aplicada à pele de vitela. As estimativas de Pavlovsky apontam para uma subida entre 25% a 30% do preço da pele de cordeiro nos últimos três a cinco anos, aproximadamente o mesmo que a pele de vitela. «Estamos a comer menos carne, no entanto há mais procura por pele e a produção não está a aumentar», realçou Pavlovsky. A Chanel, que começou a comprar parceiros no final dos anos 80, tem hoje vários fornecedores de moda de nicho, incluindo a Lesage, a especialista em penas Lemarie, a produtora de chapéus Maison Michel e a produtora de luvas Causse. No ano passado, comprou a empresa escocesa de caxemira Barrie Knitwear. O Kering, que detém a Gucci, e o LVMH também compraram empresas de curtumes num esforço para controlar melhor a sua cadeia de aprovisionamento. Recentemente, a Hermès e o LVMH aDQUIRIRAM mesmo quintas de crocodilos.