A Chanel quer mimar os seus melhores clientes. A casa de moda de luxo revelou, durante a apresentação dos resultados anuais, que vai lançar lojas para atender exclusivamente os melhores clientes da marca. «A nossa principal preocupação é atender bem nossos clientes, especialmente aqueles que já temos», afirmou o CFO Philippe Blondiaux, citado pelo portal modaes.es. «Vamos investir em lojas restritas para atender os nossos clientes de forma mais exclusiva», explicou.
A Chanel segue, assim, os passos de outros grupos de luxo, como Brunello Cucinelli, que em dezembro passado lançou uma loja em Nova Iorque para atender exclusivamente seus melhores clientes. Com abertura prevista em 2023, as primeiras lojas exclusivas Chanel serão instaladas em cidades asiáticas.
No último ano, a marca francesa também aumentou alguns dos seus produtos para «harmonizar os preços em todas as regiões geográficas». Desde o início da pandemia, a Chanel incrementou cerca de seis vezes o valor de alguns dos artigos. Philippe Blondiaux assegurou que a Chanel vai prosseguir com esta estratégia, «tendo em conta as flutuações cambiais e a inflação». Deste modo, a casa de moda de luxo manterá sua política de revisão de preços duas vezes por ano. «Acreditamos que o preço de tudo o que vendemos é baseado na criatividade dos nossos produtos, no know-how e na qualidade dos nossos materiais. Por isso, estou certo de que os nossos clientes entendem», acrescentou o executivo.
A Chanel encerrou o último exercício (a 31 de dezembro) com vendas de 15.639 milhões de dólares, o que representa um aumento de 54,7% em relação ao ano anterior e de 22,9% face a 2019, antes do início da pandemia.
EUA é o mercado com maior crescimento
A Ásia-Pacífico, que continua a ser o principal mercado da Chanel, evidenciou um aumento de 53%. Antes da pandemia, o negócio do grupo nesta região tinha crescido 48%.
Os EUA, por sua vez, tem sido o mercado onde a marca francesa tem registado maior crescimento no último ano, com vendas de 3.529 milhões de dólares, um crescimento de 79%. Em comparação com o ano anterior à pandemia, o aumento foi de 52,6%.
A Europa, contudo, tem sido a única região onde o grupo não recuperou os níveis de vendas pré-pandemia. Na região, a Chanel registou um volume de negócios de 4.042 milhões de dólares, 40% a mais do que há um ano, mas 10,9% abaixo de 2019.