Com o objectivo de aumentar o número de visitantes e o consumo que lhes está associado, os Centros Comerciais dos nossos dias possuem um crescente nível de exigência. O aumento da necessidade de chamar a atenção do público coloca novos desafios aos arquitectos de hoje em dia, que se vêm confrontados com o desafio de realizarem estruturas comerciais capazes de interagir com os clientes, estruturas que se querem cada vez mais temáticas e divertidas, obrigando a um esforço constante para inovar e ultrapassar as soluções já existentes. A tendência geral é a maior interacção com o consumidor, ou seja, do consumidor com o espaço do shopping, verificando-se nesta vertente em especial a necessidade de inovar, de encontrar soluções tecnológicas e de design para apelar ao consumo. Os actuais desafios dos arquitectos estão nas tecnologias que permitem criar complexas estruturas de vidro com superfícies empenadas e flexíveis, novos materiais de revestimento como os painéis de alumínio e betão pré-fabricado e serigrafias, o aço e as redes metálicas. O conceito dos Centros Comerciais temáticos foi uma ideia importada dos EUA, contando com alguns exemplos no nosso país, como são o caso do Vasco da Gama que gira em torno do mar e dos barcos, o Colombo dos descobrimentos, o GaiaShopping que aborda a temática do Douro e do Barco Rabelo, e o NorteShopping que tem por base a indústria que caracteriza a região Norte de Portugal. Um dos conceitos interessantes num shopping é o de «âncora», que é um espaço que consegue cativar as pessoas a passarem pelos pontos frios, ou menos apelativos, no interior da área comercial. As «âncoras» situam-se geralmente no fim de um corredor, tendo bons exemplos nas grandes lojas como a Habitat, a Worten, a C&A ou mesmo os cinemas. As marcas do grupo Inditex (ex.: Zara, Pull & Bear, Massimo Dutti e Berska) são um dos pólos de atracção dos consumidores, obrigando-os a percorrer longos corredores passando por lojas mais pequenas. As caixas registradoras à saída de um hipermercado são outro exemplo de «âncora», beneficiando a facturação das lojas que estão posicionadas à sua frente.