Centros comerciais apoiam lojistas com €305 milhões

A Associação Portuguesa de Centros Comerciais vai conceder 305 milhões de euros para apoiar os lojistas na sequência dos danos causados pela pandemia ao sector de retalho.

Norteshopping

Mais de 87% dos lojistas dos centros comerciais vinculados à Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC) já fecharam acordo para receber a ajuda, que tem como principal objetivo defender os interesses e respetivos direitos de empresas investidoras, promotoras e gestoras de centros comerciais.

Deste modo, para colmatar os efeitos da pandemia, a APCC vai apoiar o retalho ao beneficiar os lojistas com um montante total de 305 milhões de euros já em 2020. «Descontos, incentivos aos lojistas, reduções de custos de operação e o regime excecional de mora das rendas que permite diferir os pagamentos destas mensalidades para 2021 e 2022» são algumas das medidas a serem implementadas pela associação, que representa 93 conjuntos comerciais, 8.600 lojas e mais de 90% da área bruta locável total existente em Portugal.

«Estas medidas são resultado de uma postura de diálogo e cooperação entre os centros comerciais e os seus lojistas, assumida desde a primeira hora. Demonstram, assim, a capacidade do sector de trabalhar em conjunto para encontrar soluções equilibradas, que assegurem a sustentabilidade de todas as partes», explica António Sampaio de Mattos, presidente da APCC. «Tal como na crise económica de 2010-2012, sabemos como fazer face a estes desafios assegurando a viabilidade do sector do retalho e de toda a sua cadeia de valor, que emprega mais de 100 mil pessoas de forma direta e 200 mil de forma indireta», acrescenta.

Ubbo – Amadora

Apesar das medidas serem resultado de uma postura de cooperação, como esclarece o presidente da APCC, a associação aponta ainda a necessidade de uma «monitorização contínua», tendo em conta a situação de pandemia. «Será imprescindível que, como até aqui, proprietários e gestores continuem a gerir o impacto desta crise encontrando as soluções necessárias de acordo com as características de cada centro e cada lojista», sublinha em comunicado.

O apoio aos centros comerciais surge como forma de recuperar a economia deste sector, fruto do encerramento consecutivo de vários meses destes espaços de comércio para evitar a propagação do novo coronavírus. De volta ao ativo no dia 1 de junho, os centros comerciais de todo o país – à exceção da Área Metropolitana de Lisboa, zona mais afetada pela pandemia nos últimos tempos – abriram portas a uma nova realidade condicionada por regras de higienização e logística que, a 15 de junho, foram também aplicadas aos centros da Grande Lisboa, já com melhorias no panorama epidemiológico.

«O sucesso dos centros é também o sucesso dos seus lojistas. Estamos certos de que a nossa capacidade de inovar irá permitir que continuemos a ser uma alavanca da recuperação económica e o espaço preferido dos portugueses e dos turistas que nos visitam para as suas compras e lazer», destaca o presidente da APCC.