CeNTI inova com sensor para máscaras

O centro de nanotecnologia e materiais inteligentes está a desenvolver um sensor que permite monitorizar o ritmo respiratório do utilizador e identificar alterações. Criado no âmbito do projeto SenseBreath, este sensor, que deverá chegar ao mercado este ano, está a ser integrado, numa primeira fase, em máscaras produzidas pela OldTrading.

[©CeNTI]

O projeto, que tinha sido já referenciado no mês passado pelo diretor de operações do CeNTI, João Gomes, durante o webinar Tecer o Futuro, tem como objetivo criar um sensor descartável incorporado numa máscara que seja capaz de identificar alterações e desvios aos padrões normais de respiração do utilizador e, dessa forma, atuar mais rapidamente em caso de contaminação pelo coronavírus SARS-CoV-2. Os dados recolhidos serão enviados para uma aplicação móvel e poderão ser analisados por profissionais de saúde, que irão detetar eventuais desvios nos resultados.

«Como sabemos, tem sido difícil controlar a propagação do novo coronavírus, por isso, achamos que seria importante criar um método inovador, que ajude a avaliar a saúde dos trabalhadores», afirmam os investigadores ligados ao projeto, que está a ser coordenado por Joana Diniz da Fonseca. «As máscaras são agora acessórios indispensáveis no nosso dia a dia, sobretudo, nos locais de trabalho. Por isso, com esta máscara, quisemos ir um pouco mais além, garantindo não só a proteção dos seus utilizadores, como a recolha de dados que poderão ser essenciais na prevenção e atuação face a uma possível contaminação», explicam.

[©CeNTI]
Nesta primeira fase, o sensor está a ser incorporado em máscaras que estão a ser produzidas pela Oldtrading, empresa especialista em seamless, mas, segundo os investigadores do CeNTI, o sistema poderá também ser acoplado a outros tipos de máscaras. O projeto SenseBreath conta também com a colaboração do Centro Clínico Académico – 2CA-Braga, responsável pela realização de testes para avaliação do desempenho e de usabilidade da solução tecnológica.

O desenvolvimento tem ainda a preocupação de garantir a proteção de dados pessoais do utilizador, pelo que «os dados recolhidos apenas estarão à disposição dos utilizadores, podendo receber alertas, caso exista um desvio nos seus padrões respiratórios ao longo do tempo. O utilizador poderá, posteriormente, tomar a decisão de contactar um médico e partilhar os seus dados. Contudo, o utilizador terá total controlo sobre os dados recolhidos pela sua máscara», sublinham.

Além deste projeto, o CeNTI está igualmente envolvido noutras iniciativas vocacionadas para a luta contra a disseminação do Covid-19, nomeadamente no desenvolvimento de uma viseira de proteção com propriedades antivíricas e anti-embaciamento.

O SenseBreath conta com o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia, que na segunda edição da linha de financiamento especial Research4Covid-19 lhe atribuiu 40 mil euros.