Batizado CO2AT, o casaco tem um capuz tratado com pigmentação microbiana que faz com que se comporte como uma planta ao utilizar microrganismos fotossintéticos que lhe permitem absorver dióxido de carbono (CO2) e transformá-lo em glicose e oxigénio (O2). Dessa forma, ao longo do seu ciclo de vida, o casaco liberta oxigénio – equivalente ao produzido por um carvalho, segundo a informação no site da Stream and Though Guy – e melhora o meio ambiente.
«Enquanto as marcas estão a pensar na próxima coleção, nós estamos a pensar em coleções de e para o futuro. Na verdade, em como o vestuário pode ser pensado daqui a 50 anos. Foi nesse sentido que produzimos algo que poderia fazer parte da coleção de 2043 de todas as marcas. Estávamos cansados de pensar em como poderíamos mudar o “futuro da moda” para melhor e decidimos fazer algo a esse respeito», explica Ahmed Shaikh, CEO da Azgard9.
O CO2AT, de resto, foi criado em laboratório com o objetivo de mostrar aos parceiros da produtora de denim paquistanesa como é que a indústria da moda pode fazer mais pela sustentabilidade, tendo já sido referido como exemplo no webinar do Fibrenamics dedicado à circularidade de resíduos fibrosos.
«Quando colocamos o futuro antes da moda, estamos a tentar antecipar no tempo aquele que pode ser o melhor futuro possível, daí a ideia de criar e enviar para grandes marcas de moda uma simulação de como poderia ser uma peça de vestuário da sua coleção outono-inverno 2043, se toda a indústria trabalhasse em conjunto», reforça Miguel Durão, creative partner da Stream and Tough Guy.
«O maior avanço que o CO2AT oferece é a compreensão de que a natureza já possui toda a tecnologia com a qual iremos projetar o futuro. Isso prova que baterias, painéis e outras parafernálias caras não são obrigatórias para produções sustentáveis, quando podemos literalmente respirar em sincronia com as nossas roupas», acrescenta Filipe Mesquita, creative director da This is Pacifica.
Do laboratório para a indústria
Depois de ter mostrado que é possível que um artigo de vestuário tenha um impacto positivo semelhante às plantas, a Azgard9, que adotou como mote “Future Before Fashion”, pretende agora transformar esta ideia num conceito mainstream, estando atualmente a ser partilhada junto da rede da empresa paquistanesa, que vai dos grandes grupos de luxo como o LVMH às marcas de fast fashion como a Zara.