O Carrefour registou uma quebra de 23% no lucro do primeiro semestre e indicou que está a alargar um plano de acção, inicialmente centrado em França, com o objectivo de atingir a sua meta de aumentar os lucros este ano. O grupo francês, atingido pelo fracasso de um plano de fusão no Brasil, revelou que registou um lucro operacional de cerca de 760 milhões de euros no primeiro semestre, com a performance medíocre em França e a debilidade dos mercados da Europa Ocidental a contrabalançar as fortes vendas na Ásia e na América Latina. «O Carrefour está a planear e a implementar um plano de acção a fim de atingir o objectivo do grupo para 2011 de uma progressão nas vendas e do lucro operacional», afirmou o director-executivo, Lars Olofsson. «Para além de França, todas as nossas equipas estão agora mobilizadas para apoiar este objectivo», acrescentou. O Carrefour, que fica apenas atrás do retalhista americano Wal-Mart em termos de vendas mundiais, revelou no mês passado que está a trabalhar num plano de recuperação para França, onde avisou que o lucro do primeiro semestre deverá descer 35%, admitindo que foi um erro táctico subir os preços antes dos seus rivais. «Não há muito consenso em relação ao lucro do primeiro semestre, mas penso que o mercado irá olhar para os números com algum desapontamento», indicou o analista do RBS, Justin Scarborough. O Carrefour, com mais de 9.500 lojas em 32 países, está a meio de um programa de recuperação pensado para reduzir os custos, aumentar a competitividade e relançar o seu negócio central de hipermercados após anos de fracas performances. No entanto, o plano mostrou poucos sinais de melhoria, com o grupo a lançar três avisos de lucro em menos de um ano. O grupo teve também de lidar recentemente com um duro golpe, quando o empresário Abilio Diniz abandonou o plano para fundir o retalhista brasileiro Grupo Pão de Açúcar com os bens locais do Carrefour, após a oposição do governo e do seu parceiro no Grupo Pão de Açúcar, o retalhista francês Casino. O Carrefour, o Casino e o Wal-Mart estão a lutar por um posicionamento no mercado brasileiro, em rápido crescimento, para compensar o fraco crescimento nos seus territórios de origem, onde os consumidores estão a ser afectados pelo aumento dos preços, salários congelados e medidas de austeridade. O Carrefour divulgou que as vendas do segundo trimestre aumentaram 1,6%, para 22,4 mil milhões de euros, um valor em linha com as expectativas. As vendas nos hipermercados franceses abertos há pelo menos um ano caíram 3,3%, excluindo o combustível e efeitos de calendário. As acções do Carrefour estão em quebra de 23% no índice de retalho STOXX Europe 600 este ano. No início de Julho fecharam a 21,99 euros, avaliando o negócio em cerca de 15 milhões de euros, após terem chegado a um mínimo nos últimos dois anos de 21,54 euros.