Calçado é motivo de desacordo entre a UE e a China

A apenas alguns meses após o acordo entre a União Europeia (UE) e a China sobre as questões relacionadas com as importações de têxteis e vestuário, as relações comerciais entre os dois blocos registam um novo desacordo na base do qual se encontram o comércio de calçado e as trocas comerciais no sector automóvel.

De acordo com o noticiado pelo jornal Telegraph, um grupo de retalhistas britânicos dirigiu-se a Bruxelas no dia 9 de Novembro com o objectivo requerer à Comissão Europeia a não imposição de taxas anti-dumping sobre as importações de calçado chinês de baixo preço.

Actualmente, as autoridades comunitárias estão a investigar a existência da prática de dumping sobre as exportações chinesas de calçado destinado ao mercado comunitário (ver notícia no Portugal Têxtil). De acordo com as estimativas comunitárias, as importações de calçado com origem na China registaram uma subida de 900% durante os primeiros cinco meses do ano.

O Comissário Europeu para o Comércio, Peter Mandelson, tem sido pressionado principalmente pelos produtores italianos de calçado contra a concorrência chinesa e vietnamita.

O Ministro do Comércio chinês, Bo Xilai, reiterou a sua posição contra as medidas anti-dumping comunitárias acusando a UE de proteccionismo. Por seu turno, também a UE acusa Pequim de proteccionismo, com Mandelson a referir que a China deve abrir mais o seu mercado às exportações europeias.

A indústria automóvel europeia tem-se queixado sobre a aplicação de elevadas barreiras à venda de peças suplentes na China, apelando a Peter Mandelson a discussão da questão com os seus homólogos chineses. No entanto a ausência de um acordo com as autoridades chinesas obriga a que questão seja discutida no âmbito da Organização Mundial de Comércio (OMC).