Cadeia de aprovisionamento revista em 2022

Um estudo da Deloitte aponta uma mudança na cadeia de aprovisionamento de marcas e retalhistas de vestuário devido à necessidade de uma maior informação e atualizações tecnológicas para criar um sistema mais ágil que seja capaz de responder às necessidades dos consumidores atuais.

No estudo “2022 Retail Industry Outlook”, a Deloitte refere que este ano trará oportunidades para reestruturar uma cadeia de aprovisionamento que está já ultrapassada, redimensionar a gestão de stocks, rever preços, recalibrar a cadência de promoções e reinventar a loja física para a era digital. «Isso irá provavelmente exigir toda uma nova forma de pensar e compromissos a longo prazo dos retalhistas, mas estes esforços podem mudar para sempre a forma como os retalhistas fazem negócios. Esse futuro começa hoje, ao responder aos desafios do retalho de curto prazo com os olhos no futuro», resume a Deloitte.

As conclusões têm por base entrevistas a 50 executivos do retalho, mas também o trabalho realizado pela consultora com os seus clientes e pesquisas prévias, tendo como objetivo mostrar as estratégias e planos de investimento que irão ajudar a perceber o futuro da indústria.

Entre as três prioridades para 2022 está a resiliência da cadeia de aprovisionamento, juntamente com a retenção da força de trabalho e os investimentos no digital.

Em termos da cadeia de aprovisionamento, a Deloitte explica que «a verdadeira resiliência irá exigir mudanças significativas a toda a linha. Os recomeços não acontecem de um dia para a noite. Mas os retalhistas não se podem dar ao luxo de esperar, tendo em conta que 80% dos executivos que inquirimos acreditam que os consumidores vão dar prioridade à disponibilidade de stocks em detrimento da lealdade ao retalhista no próximo ano».

Realça ainda que as empresas precisam de informação mais credível e atualizações tecnológicas para desenvolverem sistemas ágeis que consigam lidar com os novos cenários de consumo, uma vez que as prioridades mudaram a forma como os consumidores compram.

Pelo menos 80% dos executivos planeiam fazer investimentos moderados a grandes no digital e na cadeia de aprovisionamento, o que os autores do estudo sublinham não ser surpreendente, tendo em conta que 68% dos inquiridos acreditam que as interrupções na cadeia de aprovisionamento irão afetar o crescimento do volume de negócios.

Automação e transparência

A automação na cadeia de aprovisionamento deverá ser um tema essencial, com a gestão do inventário e do armazém a deverem atrair a maior parte dos investimentos este ano. No entanto, 57% dos inquiridos indicaram não ter planos para investir em robótica.

A transparência na cadeia de aprovisionamento é igualmente considerada importante, já que, juntamente com a transmissão de informação em todos os processos, é necessária para ajudar a maximizar o impacto dos investimentos tecnológicos no futuro.

«Já não pode haver segredos. Não partilhar informação é apenas prejudicial para todos», como refere um especialista no tema citado pela Deloitte.

O estudo sublinha que as marcas e retalhistas de vestuário enfrentam desafios significativos que vão além da pandemia, mas, pela positiva, há também oportunidades inesperadas que os podem ajudar a preparar interrupções futuras. «Os retalhistas têm de perceber como recomeçar – enquanto empregadores, a responder às necessidades do consumidor e a serem melhores cidadãos corporativos – para competirem na próxima era do retalho. Os retalhistas devem abraçar a atual disrupção e fazer compromissos em direção ao futuro», conclui o estudo da Deloitte.