Burel Factory soma prémios

A empresa, que está presencialmente de volta à Première Vision, foi triplamente reconhecida nos últimos dois meses. Além de um iTechStyle Award, a Burel Factory foi distinguida com um prémio da Monocle e um Red Dot Design Award.

Isabel Dias da Costa (à esquerda)

A empresa tem crescido na última década e elevado o burel a objeto de design, num trabalho que tem sido reconhecido nacional e internacionalmente.

A prestigiada revista Monocle atribuiu, no âmbito do Design Top 50, o prémio Best in Textiles à empresa portuguesa e, no caso do Red Dot Design Award, o prémio reconheceu a Onda, uma divisão de elevada performance que pode facilmente ser para transporte e que foi desenhada de acordo com os princípios de design para desassemblagem, tendo sido inspirada pelas cortinas de burel, que absorvem 95% a 100% do som.

[©Burel Factory]
Já em Portugal, a Burel Factory recebeu um iTechStyle Award na categoria de sustentabilidade. «É um trabalho muito simples, muito pequenino que é reconhecido. Tem muito esforço, tem o empenho de uma grande comunidade e, por isso, para nós é um grande orgulho podermos levar para Manteigas e levar para a nossa fábrica este prémio de sustentabilidade. Para quem está connosco, desde os pastores à equipa toda da fábrica, a equipa das lojas, a equipa dos escritórios, os nossos parceiros, a comunidade em geral que trabalha em prol de recuperar este património e que tem dado tudo para que ele exista e se mantenha, é um grande privilégio», confessou, ao Portugal Têxtil, Isabel Dias da Costa, que lidera a empresa que voltou a pôr o burel nas bocas do mundo.

«A utilização de um recurso natural como a lã, a utilização dos saberes antigos, das máquinas ancestrais, do passar o conhecimento à juventude, de como esta tradição com inovação e com valorização do que é que a lã, como produto, nos pode levar longe e podemos inovar e criar, olhando para trás, percebemos que fizemos um curto caminho, mas, ao mesmo tempo, um caminho enorme. Mais que tudo, o burel, neste momento, é reconhecido mundialmente, toda a gente sabe o que é e toda a gente já utiliza como um material português, ou seja, já temos muitas entidades e políticos que falam na região centro, na região da Serra da Estrela, que falam no queijo, mas também falam no burel quase ao mesmo nível. Isso, para nós, é extraordinário», acrescentou.

Recuperar património

[©Burel Factory]
Atualmente, a Burel Factory, que no início do ano lançou a coleção sem género Woolclopedia, contabiliza uma força de trabalho de 60 pessoas, a que se somam 21 na Transformadora – a empresa de ultimação e tinturaria que laborava sob a designação Alçada & Pereira e que, após um processo de insolvência, foi recuperada pela Burel Factory no final de 2021. «Estamos neste momento ainda muito focados na integração e neste trabalho, para nós e para outros clientes, de recuperação de património», explicou a CEO. «Continuamos a recuperar máquinas muito velhas e a inovar, essencialmente, na área do design», acrescentou.

O regresso presencial à Première Vision irá acontecer nesta edição de julho, com expectativas positivas. «Acabamos de ganhar o prémio da Monocle nos têxteis e, por isso, achamos que podemos utilizar este prémio e este reconhecimento durante o ano de 2023», realçou Isabel Dias da Costa.

Este regresso «vai também ser importante para recuperar a nossa presença nas feiras. Com o covid, tivemos um impacto muito grande, nomeadamente com o fecho das lojas e, depois, com a compra desta fábrica falida, os nossos investimentos têm sido muito mais cautelosos e tínhamos, obrigatoriamente, de os reduzir. Mas este ano estamos a voltar à Première Vision», concluiu.