A empresa tem crescido na última década e elevado o burel a objeto de design, num trabalho que tem sido reconhecido nacional e internacionalmente.
A prestigiada revista Monocle atribuiu, no âmbito do Design Top 50, o prémio Best in Textiles à empresa portuguesa e, no caso do Red Dot Design Award, o prémio reconheceu a Onda, uma divisão de elevada performance que pode facilmente ser para transporte e que foi desenhada de acordo com os princípios de design para desassemblagem, tendo sido inspirada pelas cortinas de burel, que absorvem 95% a 100% do som.
«A utilização de um recurso natural como a lã, a utilização dos saberes antigos, das máquinas ancestrais, do passar o conhecimento à juventude, de como esta tradição com inovação e com valorização do que é que a lã, como produto, nos pode levar longe e podemos inovar e criar, olhando para trás, percebemos que fizemos um curto caminho, mas, ao mesmo tempo, um caminho enorme. Mais que tudo, o burel, neste momento, é reconhecido mundialmente, toda a gente sabe o que é e toda a gente já utiliza como um material português, ou seja, já temos muitas entidades e políticos que falam na região centro, na região da Serra da Estrela, que falam no queijo, mas também falam no burel quase ao mesmo nível. Isso, para nós, é extraordinário», acrescentou.
Recuperar património
O regresso presencial à Première Vision irá acontecer nesta edição de julho, com expectativas positivas. «Acabamos de ganhar o prémio da Monocle nos têxteis e, por isso, achamos que podemos utilizar este prémio e este reconhecimento durante o ano de 2023», realçou Isabel Dias da Costa.
Este regresso «vai também ser importante para recuperar a nossa presença nas feiras. Com o covid, tivemos um impacto muito grande, nomeadamente com o fecho das lojas e, depois, com a compra desta fábrica falida, os nossos investimentos têm sido muito mais cautelosos e tínhamos, obrigatoriamente, de os reduzir. Mas este ano estamos a voltar à Première Vision», concluiu.