Burel Factory apresenta Woolclopedia

A marca conhecida pela revitalização do tecido tradicional da Serra da Estrela está a lançar a Woolclopedia, uma coleção sem género, sem estação e com princípios de sustentabilidade. Já à venda com um número limitado de peças, esta linha inovadora será apenas o primeiro capítulo de uma nova história que a Burel Factory quer contar.

[©Burel Factory]

A nova coleção da Burel Factory, batizada Woolclopedia, é, refere a marca, inspirada na fábrica e no património da Serra da Estrela, incorporando um design contemporâneo e novas gramagens do tecido conhecido pela sua resistência para proteger das agruras meteorológicas os pastores que outrora percorriam os trilhos da serra com os seus rebanhos.

«Moda é contar uma boa história. É poder contar sobre a herança de uma marca, de dentro para fora. Da origem, do valor e do lugar que nunca será igual ao de ninguém, pelas pessoas que lá tem dentro. Pela memória que se acumula na soma das partes, no histórico que é identidade», afirma Filipa Homem, designer e diretora criativa do projeto. «A noção de herança foi tudo o que absorvi ao ir trabalhar para fora e mexer em tecidos como Harris Tweed, Alexanders of Scotland e até mesmo Liberty’s. Foi aí que me apercebi e aprendi o que é isso da herança têxtil e é um património profundo. Com esse distanciamento, percebi a imensidão da nossa herança portuguesa e foi uma parte dessa mesma que aqui encontrei na Burel Factory», explica a designer, cujo percurso profissional, sobretudo feito na área de moda de criança, passou pela Alexander McQueen, H&M, Papo D’Anjo, Oscar de La Renta e Knot Kids.

[©Burel Factory]
[©Burel Factory]
«Com esse distanciamento, percebi a imensidão da nossa herança portuguesa e foi uma parte dessa mesma que encontrei na Burel Factory. Poder contar essa história, que é gritante nas quatro paredes da fábrica, nos livros, nas máquinas e nas pessoas daquela montanha, é preservar e acrescentar alguma coisa. Porque o mundo talvez não precise de mais uma marca, mas precisa de mais significado», sublinha Filipa Homem.

Edição limitada

A coleção, com 25 referências, que inclui blazers, casacos, calças, saias, vestidos, chapéus e malas, é limitada a 100 unidades por peça e todos os desperdícios resultantes da produção são reciclados e reaproveitados. «Um caminho verdadeiramente sustentável apoiado na produção lenta, nos processos e certificações sustentáveis, alinhada com os melhores parceiros da indústria têxtil para legar mais significado às peças que tecemos. Uma edição consciente do início ao fim, do corte ao acabamento», destaca a marca no seu website.

[©Burel Factory]
[©Burel Factory]
As peças, que foram ainda inspiradas no arquivo têxtil e nos processos manuais da Burel Factory, estão pensadas para durar. «Não acreditamos numa produção em massa: são antes muitas mãos a fazer esta fábrica funcionar. Mais mãos do que máquinas, mais locais e gerações familiares do que nunca – até mesmo tecelões reformados que continuam a alimentar as novas gerações com a sua mestria», indica a Burel Factory.

Além disso, podem ser usadas independentemente do género e da estação do ano, graças à utilização de «novas gramagens de burel, que resultaram nesta abordagem intemporal e pronta para ser usada o ano inteiro», resume a marca.

A Burel Factory tem vindo a trabalhar em parcerias em diversas áreas da moda e decoração, dando uma nova vida ao burel, que já foi usado, entre outros, pela Salsa e pela Sanjo.