- E-commerce acelera na Índia
- Prada sofre com a China
- Americanos perdem confiança
- Versace abre megaloja em Hong Kong
- Charlotte Olympia assina novas Havaianas
- Bottega Veneta junta desfiles
1. E-commerce acelera na Índia
O governo indiano espera que o valor do mercado de comércio eletrónico no país atinja 300 mil milhões de dólares (259,3 mil milhões de euros) em 2023, acelerando face aos atuais 19 mil milhões de dólares. Amitabh Kant, CEO do National Institute for Transforming India, um think tank apoiado pelo governo, afirma que o comércio eletrónico do país está «no início da sua revolução radical» e que as empresas vão ser cada vez mais impulsionadas pela tecnologia. «A Índia é o único país com mil milhões de telemóveis», sublinha Kant, acrescentando que o retalho físico, assim como a banca tradicional, vai sofrer um declínio à medida que mais pessoas se ligam à Internet com telemóveis. «Isso acontece porque hoje somos cerca de 350 milhões de pessoas a usar a internet, mas em 2020 a 2023 vai haver cerca de mil milhões de pessoas na Índia a usar a Internet», acrescenta. Os pagamentos digitais, em particular, têm vindo a amadurecer, segundo uma notícia da United News of India, com o governo a aprovar a licença para 23 empresas, incluindo a Paytm e a Airtel, nos últimos nove meses.
2. Prada sofre com a China
A empresa italiana de bens de luxo Prada SpA registou uma queda de 27% no lucro trimestral, afetado pela perda de dinamismo das vendas na China, que diminuíram devido ao abrandamento do crescimento económico e da luta contra a ostentação junto dos responsáveis públicos do país. A Prada indicou que houve ainda incerteza no mercado internacional de bens de luxo devido à volatilidade do mercado financeiro e tensões políticas em muitas regiões. «Estas condições continuam presentes e 2016 deverá ser afetado pela instabilidade que torna as previsões a curto prazo incertas», indicou numa declaração para a Bolsa de Valores de Hong Kong, onde as ações da empresa estão cotadas. A Prada registou um lucro de 95,8 milhões de euros nos três meses até 31 de janeiro, em comparação com 131,4 milhões de euros um ano antes. A desvalorização do yuan e uma mudança nos gostos dos consumidores para marcas mais acessíveis desencorajaram as compras por turistas da China Continental em Hong Kong, um tradicional centro de compras. No ano terminado a 31 de janeiro, a Prada registou um lucro de 330,9 milhões de euros, uma queda face aos 450,7 milhões de euros de um ano antes. As vendas anuais, que foram publicadas em fevereiro, permaneceram estagnadas em 3,55 mil milhões de euros, devido à perda de vitalidade da economia na Grande China, onde o crescimento económico está a abrandar e os consumidores têm deixado de lado compras extravagantes.
3. Americanos perdem confiança
Os americanos estão ainda pouco confiantes, com o mais recente índice a cair pelo quarto mês consecutivo em abril, devido a crescentes preocupações com o abrandamento do crescimento económico. O índice preliminar de confiança da Universidade do Michigan para abril registou um valor de 89,7, em comparação com a leitura de 91,0 no final de março. O valor de abril é o mais baixo desde setembro do ano passado e ficou bastante abaixo das expectativas dos analistas, que antecipavam uma subida para 92,0. O índice atingiu o valor mais alto de 98,1 após a recessão em janeiro de 2015, mas sinais de abrandamento nos EUA, a volatilidade dos mercados financeiros e a agitação internacional pesaram na confiança, sobretudo nos últimos meses. «Nenhum destes declínios indica uma recessão iminente, embora tenham aumentado as preocupações com a resiliência dos consumidores os próximos meses», afirma Richard Curtin, analista-chefe do estudo. Curtin indica que os consumidores reportaram um abrandamento nas expectativas de aumento dos salários e acrescentaram que estão mais preocupados com o facto do abrandamento económico poder reduzir o ritmo da criação de emprego. «Estas apreensões devem aliviar à medida que a economia recupera do seu início lento no primeiro trimestre de 2016», conclui Richard Curtin.
4. Versace abre megaloja em Hong Kong
A casa de moda italiana Versace vai abrir a sua maior flagship na Ásia em Hong Kong em outubro, apesar do abrandamento do retalho no território. A nova loja, localizada no bairro Central, terá 1.170 m2 e dois pisos. O valor da renda não foi revelado, mas fonte próxima indicou que o contrato de arrendamento é de três anos fixos e de três anos com contrato flexível. A Versace, que tem duas outras lojas em Hong Kong, afirmou que a nova flagship será a maior, integrando vestuário de senhora, joalharia e acessórios. Jeannette Chang, diretora de retalho regional na JLL, declarou ao South China Morning Post que a Versace está a aproveitar a descida dos preços nos arrendamentos e a disponibilidade de espaços para aumentar a presença da marca no território. David Kwok, diretor-executivo do Shanghai Commercial Bank, que detém o prédio onde se localiza a nova loja, afirmou que o preço é «bastante modesto», já que o mercado local tem vindo a piorar. A cidade de Hong Kong tem vindo a registar quebras nas vendas a retalho, com os turistas chineses a escolherem outros destinos, como a Coreia do Sul e o Japão, para fazerem as suas compras de luxo. O LVMH e a Burberry reportaram vendas mais fracas em Hong Kong no primeiro trimestre do ano.
5. Charlotte Olympia assina novas Havaianas
A marca brasileira de calçado Havaianas lançou três novos pares de chinelos criados pela designer de moda Charlotte Olympia Dellal, com estampados diferentes e detalhes de alta-costura. Os looks para o verão são descontraídos, mas têm estilo, com os três modelos a serem inspirados no mundo glamouroso da conhecida designer. Apesar de estar mais habituada a desenhar stilettos, Charlotte Olympia Dellal revisitou os chinelos icónicos da marca brasileira para 2016, acrescentando o seu toque único de pin-up chic que caracteriza os sapatos de salto alto da sua marca, como se pode ver nos padrões e detalhes dos três novos modelos – Bruce, Kitty e Charlotte’s Web –, com teias de aranha, estampados leopardo e uma paleta de cores que mistura preto, dourado, rosa e vermelho. Esta não é a primeira vez que a Havaianas faz uma parceria com o mundo da moda, tendo já trabalhado com a Valentino, Céline, Missoni e Paul & Joe. Da mesma forma, Charlotte Olympia Dellal estabeleceu recentemente colaborações com a Agent Provocateur e a MAC Cosmetics.
6. Bottega Veneta junta desfiles
A Bottega Veneta vai mostrar as coleções de homem e senhora para a primavera-verão 2017 num mesmo desfile, que terá lugar durante a Semana de Moda de Milão no próximo mês de setembro. O desfile celebrará o 50.º aniversário da marca, assim como 15 anos sob a direção criativa de Thomas Maier. «2016 marca um ano importante para a Bottega Veneta e merece uma celebração apropriada com vista ao desenvolvimento futuro da marca», afirmou o diretor-executivo Carlo Alberto Beratta ao Business of Fashion. «Mostrar homem e mulher juntos é uma ação bastante orgânica para nós. A visão de Thomas Maier da Bottega Veneta é de uma marca lifestyle, construída com ambos os géneros e tem sido assim nos últimos 15 anos da sua direção criativa», acrescentou Beratta. «Ele já incluiu alguns coordenados femininos no desfile de homem para o outono-inverno 2016 em janeiro», lembrou o diretor-executivo. Se esta abordagem irá continuar depois do desfile para a primavera-verão 2017 é, contudo, uma incógnita. «Acredito que esta abordagem pode continuar depois de 2017 como uma evolução natural. O nosso objetivo é sempre decidir de acordo com a filosofia da marca a cada passo que damos, por isso os fatores para tomar essa decisão serão os que fizerem mais sentido para a própria marca. Não estamos com pressa, preferimos prosseguir uma evolução orgânica», indicou Carlo Alberto Beratta. A marca não vai mostrar a sua coleção de homem na passerelle na Semana de Moda Masculina em Milão, tendo optado por fazer uma apresentação à imprensa e aos parceiros de vendas por grosso. Tal como a Gucci, também detida pelo grupo francês Kering, a Bottega Veneta não vai adotar os desfiles a pensar no consumidor, com as peças na loja imediatamente após a apresentação na passerelle. «O nosso empenho para com a arte única dos nossos artesãos e a incrível qualidade dos nossos materiais nunca vai mudar, assim como o design intemporal das nossas peças – que nunca estão ligadas a uma estação específica. O tempo é essencial para conseguir esta qualidade para cada um dos nossos produtos e nunca vamos comprometer isso, em respeito pelos nossos valores e identidade, que são a razão pela qual os nossos clientes são fiéis à nossa marca», concluiu Beratta.